sexta-feira, 26 de novembro de 2010

SOMOS LIVRES PARA SERMOS FELIZES NO CASAMENTO!

 Fiz recentemente uma viagem ao litoral do nordeste brasileiro, e estava numa daquelas tardes que ficamos observando como as pessoas se relacionam consigo mesmas, umas com as outras, com a natureza, com as coisas, e quais são as emoções que essas pessoas conseguem demonstrar, transmitir, ou imaginam que estão ocultando, maquiando e manipulando para si e para os outros esses sentimentos.

Nesse momento, se aproximou de mim um senhor de uns setenta e cinco anos de idade, de movimentos muito lentos, e começamos a conversar. Observei que tinha estudo, não era uma pessoa sem conhecimento.

Após os cumprimentos iniciais, a primeira frase que este senhor me falou foi: “Sinto uma solidão muito grande. Uma solidão profunda” e deu para ver em seu rosto o sentimento mais profundo de abandono. Indaguei sobre sua família – esposa e filhos. Ele me contou como era seu relacionamento com a esposa e filhos.

 Ela, a esposa, morava numa cidade do interior do estado e ele em um apartamento na capital, e passavam até seis meses sem se encontrarem. Na avaliação dele o máximo que conseguiam ficar juntos, sem que ela o humilhasse, o inferiorizasse, reclamasse e o desqualificasse, era uma hora. Então para ele era muito dolorido e às vezes depressivo ir encontrá-la.

E quanto aos filhos? Perguntei. Os filhos, no total de sete, passavam mais de ano sem procurá-los, tanto ele, pai, como a mãe. Algumas vezes os encontravam por acaso. Numa dessas ocasiões descobriu que tinha uma netinha com dois anos de idade.

Segundo ele, não culpava os filhos, nem a nora e nem o genro, e sim a vida que ele levou sem compartilhar com a família, e por desamor a esposa. Por outro lado, a esposa por ter uma personalidade arrogante, dura, dominadora e insensível tanto com a família como para as pessoas em geral.

 Os dois – esposo e esposa - vivem na completa solidão segunda a conclusão desse senhor. Ele demonstrou, ainda assim, um “orgulho” por não ter se divorciado/separado da esposa. Por que eram casados na igreja, eles não podiam se separar. Foi assim que o religioso da igreja deles os orientou. “Eles não podiam e nem queriam viver em pecado e nem serem castigados por Deus”.

Conversamos mais alguns assuntos e ele foi embora.  Fiquei pensando sobre esse senhor durante horas e ainda hoje penso. E me pergunto: quantos deste senhor e senhora existem pelo mundo?

Na minha avaliação acho uma maldade esse tipo de “orientação religiosa”, falta de Sabedoria e Amor. Esta família – pai, mãe e filhos - poderiam ter uma vida feliz. O pai e a mãe poderiam recomeçar suas vidas formando outra família.  Encontrarem outras pessoas e iniciarem uma vida harmoniosa, feliz, com respeito a si próprio e os outros. Esses filhos poderiam ter pai e mãe alegres, realizados, felizes, e visitá-los em seus lares, com sentimentos de amor e admiração pela coragem, dos pais, em reavaliar a vida e decidir pelo um caminho melhor, pelo amor, pela sabedoria e pela vida.   

Existem milhares ou mesmo milhões de casais, no mundo, que descobrem que a primeira decisão do casamento com aquela pessoa foi um engano ou era necessário aquele aprendizado, aos dois, até aquela etapa. E decidem romper os laços do matrimonio, mas não da amizade, do respeito a si e ao outro e preservando a vida dos filhos num ambiente de harmonia, paz, lealdade e honestidade consigo e com o outro. E saem do relacionamento mais sábios,  mais completos e prontos para um novo ciclo da vida.

Sem se importar com regras, dogmas, tradições culturais, “leis” criadas dentro de instituições, sejam elas religiosas, filosóficas ou institucionais.  Seguem somente a lei do Amor e do respeito em beneficio ao futuro dos membros da família, principalmente aos filhos e seus descendentes.

Analisando a vida dos membros dessa família - pai e mãe - na profunda solidão e abandono demonstram verdadeiros rivais, inimigos não declarados, com ressentimentos, magoas, e tristezas. Por outro lado os filhos sem a companhia e amizade do pai, sem o aconchego e dedicação da mãe, e os netos sem o carinho e o amor dos avôs.  Isso para mim é o pior dos pecados, o pior dos castigos.

Não acredito que Deus um ser Divino com os atributos da Sabedoria, Amor e da Vida exija tamanho sofrimento que possa marcar profundamente as almas e corações dos seus filhos. Só posso acreditar que isso seja invenção do homem, que através do medo, impõem aos seguidores religiosos regras, leis e dogmas, e assim controlar vida e alma dessas pessoas.   

4 comentários:

  1. O Ronaldo contribuiu com um excelente comentário. Por ter registrado em outro artigo estou transferindo para o artigo apropriado. Vejam a contribuição dele.



    "1.Cristianismo não é uma religião formada a partir da bíblia...
    2.Não é acreditar no que não se vê... Não é seguir leis...
    3.Para o cristão vale o trecho seguinte: quente ou frio pois morno te vomitarei...
    Em fim, nada vale ficar com a pessoa por moralismo, pela opinião dos outros.
    Jesus trouxe novidades que muitas pessoas pensão ser utopia: amor ao inimigo, viver na graça...
    Muitas pessoas não acreditam em Deus por causa do escândalo frente aos sofrimentos: se Deus é bom, como permite que coisas ruins nos aconteçam?
    Só existe mau com sentido de coisa ruim para os pagãos. Para os cristãos tudo é bom, tudo é graça, em fim: tudo é palavra de Deus, amor de Deus, mesmo o sofrimento...
    Resumindo: não adianta só ir a missa... Não adianta cumprir só uma parte dos ensinamentos. Cristianismo é fundamentalmente uma mudança de caminho no coração.
    Muitas pessoas sofrem, ficam perdidas, sacudidas como bandeira ao vento, por não terem sido, verdadeiramente, libertadas da escravidão...
    ...
    Paro por aqui, tenho que ir ver Raquel na UTI...

    Para quem quiser aprofundar sobre o tema divórcio... Segue o link: http://www.veritatis.com.br/apologetica/solascriptura/930-jesus-disse-que-o-adulterio-e-fundamento-para-o-divorcio."

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  2. Muito interessante e sensível sua linha de raciocínio e abordagem.
    Com certeza,(mais uma vez repito), mais pessoas devem ler este blog.

    Concordo em gênero,número e grau com você!

    Abraço caloroso!

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  3. Muito bem colocado...concordo plenamente.
    Sim, são muitos os casais que se encontram em tais situações, vivem de forma desarmonioza e infelizes, mas por seguirem os conceitos da sociedade vivem de aparencias. Sim, Deus nao é maldoso pra querer que a pessoas mesmo infelizes permanecam juntas, Deus é amor, esse negócio de falar que se separar se nao vivem bem é pecados sao dogmas da igreja que tornam as pessoas mais religiosas que tementes a Deus.
    Creio que o pior sentimento é a solidão...e o pior é quando olhamos pra trás vemos nossas sementes e percebemos que nao foi criados vinculos afetivos fortes que impedisse a solidao de nos assolar, como a caso desse senhor.
    Deus quer que sejamos felizes....e nao importa o que vc vai achar, o que a sociedade vai pensar, como a igreja vai mim julgar....o que importa e o que eu faço com as oportunidades que Deus mim dar pra ser feliz.

    Abraços primo lindo!
    Xeroo

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  4. Quando encontro pessoas de idade avançada com sentimentos tão amargos e com um passado de poucas vitórias penso que faltou luta. Por outro lado, penso nos motivos que elas tiveram e nos motivos que deram para não terem a presença dos filhos e netos ao seu redor, festas surpresas nos seus aniversários, carinho e cuidado.Penso que a cada amanhecer recebemos TEMPO para aprimorar tanto o nosso relacionamento de casal como para dedicar Amor aos nossos filhos,seja qual for a idade deles.Realmente nossos pais fizeram o seu melhor; é como uma corrida de bastões; quando nossos filhos tem filhos é o bastão que se passa para a geração seguinte, ou seja, nada tem começo nem fim; tudo é continuação. Velhos infelizes entregaram o bastão a seus filhos do jeito que conseguiram e eles vão ter que se esforçar para recuperar esta marca e avançar nesta caminhada.

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