segunda-feira, 14 de março de 2011

HOMENS E MULHERES A CAMINHO DO EQUILIBRIO



"Nenhum homem ou mulher do tipo mais humilde pode ser realmente forte, gentil e bom, sem o mundo ser melhor por isso, sem alguém ser ajudado e confortado pela própria existência dessa bondade"  
                                                                                                     Alan Alda                                                             
                      
Assisti a uma palestra com o tema “As mulheres nos dias atuais” e achei muito interessante, por se tratar de um tema tão controverso nos dias de hoje. As mulheres, ainda, lutam por conquistas de liberdades, igualdades, reconhecimentos e por ai vai. A palestrante, uma senhora de meia idade, iniciou contando suas conquistas na área profissional. Disse que atuou por vários anos como “gestora de vários departamentos”: gerente e diretora em grandes empresas. Ela teve grandes desafios por ser uma mulher comandando vários homens, muitos deles machistas. Sentia-se como que abrindo caminho para muitas outras mulheres.

Relatou que nesse período adquiriu o hábito de “mandar” e “controlar” as pessoas e as situações ao seu arredor. E essa postura, ela trouxe para sua vida familiar, para os relacionamentos pessoais e para seu dia-a-dia. Continuava como “diretora” dando ordens, determinando com ia ser tudo e que todos tinham que executa-las de acordo com sua visão, sem questionamentos.

Com o tempo percebeu que algo estava errado. Primeiro com ela própria, percebeu que seus sentimentos estavam duros, críticos, amargurados.  Em seguida com os filhos e o esposo. Eles começaram apresentar receio de se aproximar e partilhar suas vidas com ela.  Os quatros filhos e o marido passaram a levar a vida entre eles com apoio, confiança, envolvimento e afetividade para garantir a segurança uns dos outros e proteção contra as atitudes da mãe e esposa. 

 Foi quando ela percebeu que estava se comportando como uma tirana, atitude de muitos homens que ela criticava desde sua adolescência. Depois de perceber isso tudo, segundo suas palavras:  “procurou meios para ser tornar uma mulher de verdade de acordo a natureza feminina, com sabedoria, amor, compreensão, docilidade. Sem, no entanto ser submissa, arrogante, masculinizada e tirana com as pessoas que amava”.

Ao final da palestra fez um alerta às mulheres presentes que conquistaram comandos gerenciais e/ou de diretorias e também as aquelas que exercem alguma profissão - como professora, policial – e que tendem a ser autoritárias em seus lares e com as pessoas do seu dia a dia.

Analisando essa palestra, parece que tudo tem sentido e explicação.  O escritor Stephen Kanitz, autor de vários livros sobre a família, em um dos seus livros escreveu sobre a evolução da família. Os pesquisadores e estudiosos descobriram que mais ou menos há três milhões de anos existiam  um formato de “família” bem diferente do atual. Os homens e as mulheres da época tinham um tipo de genes que, por questão didática e simplificação para entendimento, o autor denominou de tipo “G”. Para os homens – tipo “G” “Garanhão” e para as mulheres – tipo “G” "Guerreira”. Os garanhões não tinham comprometimento com a prole, mesmo porque naquela época não se sabia que a relação sexual gerava os filhos. Então os filhos nascidos eram somente das mulheres  que tinham que cuidar deles sozinhas. O papel dos homens com esse tipo de genes era a conquista – caça e guerras – entre as tribos.

Mais tarde foram surgindo os homens e mulheres dos genes tipo “P”. Os homens tipo “P” eram os “Paternais” e as mulheres dos genes tipo “P”, as “Parceiras”. Esses homens tinham a consciência da relação deles com os filhos e com as mulheres. E juntos constituíam suas famílias. Cada um colaborando de acordo a sua natureza.


Na empresa em que eu trabalhava, tinha uma gerente que era admirada e respeitada por muitos homens sob o seu comando, por causa de sua determinação, capacidade, inteligência, prudência, docilidade, feminilidade e pela sua gestão harmoniosa com os demais departamentos. Gostava de conversar com ela para ouvi-la falar sobre seus pensamentos em relação aos filhos, seu esposo e sua família. Uma frase dela resume tudo: “Eurípedes, esse trabalho e todas as pessoas aqui vão passar. Aqui estou uma profissional. Mas na verdade eu sou esposa, sou mãe, sou filha e etc. E é isso que nunca vai passar na minha vida e da minha família” Acredito que ela é de gene tipo “P”.


Autora do livro O Poder da Parceria, Riane Eisler explica que percebeu existirem dois modelos que podemos utilizar em nossos relacionamentos: o de dominação e o de parceria. O modelo de dominação é o que herdamos de épocas passadas, mais autoritárias e despóticas. Este modelo aprova a competitividade, onde a violência e o medo são vistos como naturais, e onde os mais fracos ficam desabrigados. A autora mostra que o “modelo dominador” de relacionamento foi desenvolvido durante a mudança histórica das sociedades matriarcais para patriarcais, da liderança feminina para a masculina. O medo e a violência tornaram-se o lado negro aceitável do poderoso dominando o fraco.

O modelo de parceria é mais horizontal e não privilegia os homens em favor das mulheres, reconhecendo os direitos não só de ambos os gêneros como também das crianças, dos idosos, do meio ambiente, dos animais. Quando os relacionamentos são pautados pelo modelo de parceria, as pessoas mostram respeito umas pelas outras, abrem espaço para diferenças e tomam cuidado com o que necessita de atenção. Em um “modelo de parceria” mais antigo, os relacionamentos baseavam-se na confiança mútua entre pessoas, com valores iguais para o feminino e o masculino.

A dominação não é, e nunca foi normal. A ascensão liberta a espiritualidade inerente dentro de todos nós. Os relacionamentos do futuro irão se definir por mais significado, propósito e espiritualidade.

Existem, ainda, mulheres de todas as faixas etárias que não conseguem levar a frente uma conversa sobre casamento, marido e família sem ficarem irritadas, elevarem o tom da voz e ainda chegam a jurar que jamais se casariam. Penso que elas ainda têm em suas mentes uma associação do passado sobre do casamento, família e esposo com ideias de sofrimento, dominação e autoritarismo por parte do homem.  Muitas delas demonstram em suas fisionomias e atitudes sentimentos críticos e de revoltas. Não as condeno, mas as oriento a buscar sair desse estagio e seguir em frente.

Estamos entrando em um novo ciclo: O Milênio da Espiritualidade. Nesse novo ciclo muitos mitos, crenças, verdades distorcidas, dominação, imposição política, religiosa e econômica serão varridas de nossas vidas. Iremos enxergar de forma mais clara, limpa, sem os medos impostos, sem as limitações que foram criadas para a humanidade.  Os relacionamentos pessoais ficarão livres, e a energia do equilíbrio e do amor feminino se harmonizarão com a energia da sabedoria e da inteligência masculina.  A humanidade viverá a tão buscada PAZ.