terça-feira, 1 de novembro de 2011

PAIS CONTROLADORES E A VIDA DOS FILHOS


PARTE I

"O amor é a lei de Deus. Vivemos para poder aprender a amar. Amamos para aprender a viver. Nenhuma outra lição é exigida do homem" 
                                                                                                                                                                                 - Mikhail Naimy - 

Estava num local publico onde se encontrava um grupo de três ou quatro famílias. Quando ouvir uma mãe criticando, julgando e censurando, a filha adolescente com idade de mais ou menos quatorze anos de idade, para o restante do grupo.

Essa mãe, na minha percepção, tinha uma energia muito forte em relação ao grupo, era dominante e liderava a todos. Passados alguns minutos a filha chegou para se juntar ao grupo. 

Quando observou que era motivo de reclamações e criticas vinda da mãe, Ela ficou tão furiosa e começou uma discussão entre as duas.

A menina gritou em direção à mãe fazendo algumas afirmações como: “você nem me conhece”, “nunca deu importância para mim”, “não sabe nem quando menstruei”, “ se não fosse meu pai para cuidar de mim”, “Você só se importa com quem faz o que você manda e fica puxando seu saco”, “você quer mandar em todo mundo”, “tenho dó do meu pai por viver com você”, “não to nem ai para você”. E algumas outras. E saiu muito nervosa.

A mãe começou a justificar ao grupo que sempre trabalhou muito para dar a filha o melhor e recebia a ingratidão.

Acredito, sinceramente, que na visão daquela a mãe ela está fazendo o melhor que pode a filha. No entanto, aparentemente, a forma como está conduzindo o relacionamento entre as duas está levando a filha ao desespero, distanciamento, a insegurança e ao medo.

Existem pessoas que nascem “com a natureza forte”. Na verdade com uma energia controladora, dominadora, e “de liderança” sobre outras e as circunstâncias ao seu redor. Com o poder de controlar tudo a sua volta.

Essas pessoas têm a capacidade e a força de envolver, persuadir, convencer, controlar e manipular atitudes, comportamentos e decisões na vida de quem vive a sua volta.  

Elas podem ser qualquer pessoa que direta ou indiretamente dependemos emocionalmente, psicologicamente e/ou financeiramente por relação de parentesco ou hierarquia como chefes, professores e outros.

Pessoas com essa natureza geralmente são críticas, julgadoras, cobradoras, manipuladoras, incompreensíveis, preconceituosas. Quando não atendidas ou incompreendidas em suas ações se sentem vítimas e constantemente faz papel de juiz na vida dos outros.

E quando essa pessoa está no papel de pai ou mãe? O “Controle” que elas exercem sobre filhos, filhas e os demais membros da família é bem mais poderoso. Filhos nesse ambiente crescem e vivem mesmo depois de adultos inseguros, carentes, submissos, fracos, infelizes e com medo da vida.

Nas palavras do escritor James Van Praagh: “Quando somos crianças, existe um padrão estabelecido: os filhos devem esforçar-se para conquistar o amor dos pais, e os pais moldam os filhos para fazer deles o que esperam que sejam. Para quem vem de famílias muito exigentes ou fechadas, o esforço para agradar pode ser interminável”.

À medida que as crianças crescem, os desejos dos pais permanecem em seu subconsciente e tornam-se parte de sua programação. Na idade adulta, sua auto-estima pode depender da aceitação dos outros, da mesma maneira como procuravam agradar os pais para conseguir seu amor. O que acontece é que estes adultos nunca chegam realmente a viver para si mesmos.

Quantas vezes dizemos ou fazemos alguma coisa que não é inteiramente verdadeira, apenas para sermos apreciados ou para nos sentirmos próximos de outra pessoa, e logo em seguida nos arrependemos? Tentar agradar as pessoas é o de menos, pois já fizemos coisas mais sérias por medo da rejeição. Muitos sacrificam seus sonhos individuais e seus desejos para atender as expectativas dos outros.

Posso listar aqui intermináveis exemplos de pais e mães que quando os filhos e filhas eram pequenos e podiam “controlá-los e exigir-los” determinada conduta ou comportamento e estes obedeciam, os consideravam como excelentes filhos e filhas.

A partir do momento que esses filhos e filhas foram adquirindo a sua independência emocional, psicológica e alguns até financeira e começaram a expressar suas opiniões, gostos, escolhas e preferências demonstrando que parte do “arcabouço familiar” (Estrutura dos princípios da família) adquiridas e/ou elaboradas pelos pais não foram totalmente acolhida passaram a serem criticados, julgados e abandonados emocionalmente por não adotar na sua totalidade esses princípios como os unicamente os corretos. 

Esses filhos são lançados num mundo de emoções desequilibradas, carências, submissão, mentiras, medo, rejeição e continuam convivendo no meio do redemoinho de energias ruins, criados por esses pais e/ou mães, por medo da rejeição, da critica e do julgamento.

Ficam sem coragem e forças de “lutar e enfrentar” a conduta derivada da “natureza forte” desses pais e/ou mães e terminam seguindo uma vida sem dignidade, sem determinação, sem realizar seus sonhos, sem lealdade as suas escolhas e preferências. Sendo homens e mulheres infelizes, carentes, submissos e sem personalidade.   Uma grande pena !

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

NOSSA VIDA É ÚNICA!

                                   
   "Todo mundo é único. Não se compare a qualquer pessoa,  para não estragar os desígnios de Deus."                                                                                                                                                                                                                                                                                                       
                                                                                                                                                                                         Baal Shem Tov 
Durante uma conversa entre duas jovens senhoras falando de uma terceira pessoa, ouvi uma delas questionar com toda energia: “Por que tenho que ouvir e saber que a vida dela é sempre boa, a sua família e seu casamento estão sempre bem”?  E continuaram a conversa  seguindo nessa linha. 

Não é incomum esse sentimento entres as pessoas – sejam elas colegas de trabalho, de escola, da faculdade, vizinhos, amigos e principalmente entre os familiares – irmãos, primos, netos, tios, sobrinhos, noras, genros, sogros, sogras até mesmo entre pais e filhos, mesmo que de forma bem sutil.

Acredito que todos nós já tivemos esses sentimentos. Quantas vezes nos pegamos sentindo essa “inveja” seja ela com menor ou maior intensidade. E também quantas vezes somos vítimas de outras pessoas com tais sentimentos em relação a nossa vida.

Imagino que quando se demonstram tal sentimento, “a inveja”, na verdade estão acreditando que realmente a outra pessoa tem uma vida melhor.

De onde vem esse sentimento? Na minha visão somos educados para viver em um ambiente de competição e comparação das conquistas.  Quando criança, a nossa aparência física, a nossa capacidade de aprendizado e a nossa inteligência são comparadas com a dos nossos irmãos, primos, filhos dos colegas dos nossos pais, filhos dos vizinhos e etc.

E continuamos a fazer essas comparações conscientemente ou inconscientemente na adolescência e seguimos  na vida adulta comparando com todas as pessoas que conhecemos e convivemos em diversos ambientes de relacionamentos de nossa vida. 

Isso por que  fomos treinados desde a infância ter esse comportamento.

Passamos a observar que pessoas ou membros de nossa família que viveram nas mesmas condições, no passado, que as nossas, seguiram rumos diferentes em suas vidas. Ou que aquela pessoa ou família sempre pareceu ter mais sorte que a nossa. 

Imagino que é aí que aparece um sentimento de injustiça na mente das pessoas.

Mas, para mim, não existe injustiça. O que as pessoas têm é o que merecem - coisas boas ou ruins – sejam nos relacionamentos, saúde, bens materiais, conquistas profissionais - nossas ou de nossos descendentes. Tudo por merecimento. Ninguém tem nada que não mereça. Nada por acaso. O Universo, a Natureza, Deus é sempre perfeito e justo.

Por que então essas diferenças nas vidas das pessoas e de suas famílias?

Acredito que, além da nossa formação no seio da família, quando nascemos recebemos de nossos antepassados grande carga de informações nos nossos DNA’s que vão contribuir para a formação de nossa personalidade, caráter, crenças e como conseqüência formar o nosso “destino” seja para uma vida de realizações ou uma vida com grandes dificuldades.

São informações relacionadas às crenças religiosas, econômicas, financeiras, moral, de caráter, costumes regionais, limitações, carências, abandonos, sentimentos de disputas, poder e etc.

Como vamos trabalhar e tratar essas informações cabe a cada um de nós, através da nossa capacidade de perceber e selecionar o que realmente pode contribuir para uma vida melhor nossa e de nossos descendentes.

Segundo os estudos das Constelações Familiares - criado pelo filósofo Bert Hellinger – temos a tendência de recriar os mesmos sistemas de pensamentos, atitudes e crenças de nossos ancestrais.

Obviamente, nossos antepassados viveram em épocas distintas a nossa, onde suas crenças e conhecimentos eram adequados às referidas épocas em que viveram. Assim como o que estamos vivemos neste momento, para nossos descendentes muitos destes conhecimentos e crenças não terão mais sentido.

Se recriarmos os sistemas de crença dos nossos ancestrais de pensamentos negativos, carências, críticas, lamentações, pessimismos e julgamentos de pessoas e da vida certamente teremos uma vida com resultados nebulosos e sombrios.

Muitos descendentes com respeito, sabedoria e amor souberam selecionar, rejeitar e trabalhar sistemas de crenças recebidos de seus ancestrais em seus DNA’s que pudessem criar obstáculos para seguirem em frente. Visaram uma vida mais iluminada para si e para seus descendentes. Formaram famílias maravilhosas, equilibradas, amorosas e espiritualizadas utilizando o amor que receberam. 

Nosso dever é dar continuidade ao aprimoramento e seguir a vida iniciada por aqueles que no passado fizeram o melhor que podiam. Utilizando as crenças positivas e iluminadoras que recebemos e descartando as crenças que na atualidade não fazem mais sentido, por estarem obsoletas para o estagio em que se encontra a evolução da humanidade.

Para isso, a busca do autoconhecimento, da evolução espiritual, moral, intelectual, da  liberdade para pensar, agir, sonhar e de ser, pode nos livrar de sentimentos de carências, rejeição, vítimas e injustiça e nos levar para uma vida de compreensão, sabedoria, amor e a aceitar as pessoas, a vida e o mundo como realmente são. Sermos livres. 

 

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

VOCÊ ACHA O MUNDO INJUSTO?


“A religião do futuro será cósmica e transcenderá um Deus pessoal, evitando os dogmas e a teologia”.
                                                                                     Albert Einstein


Em todos os momentos de nossas vidas nos deparamos com pessoas que levam uma vida com grandes dificuldades. Doentes, com poucos recursos financeiros, materiais, na miséria, abandonadas, com relacionamentos ruins, solitárias, discriminadas, rejeitadas, humilhadas e abandonadas pelas pessoas, pela família e pelo Estado.

Encontramos também aquelas que vivem “dando um duro danado”, vivem para sustentar e acolher outros membros da família e apesar de tudo isso são acometidas por tragédias naturais (enchentes, tornados, seca), tragédias familiares (mortes, acidentes, doenças), perda de emprego, separações e outros tipos de perdas.

Quando olhamos para essas pessoas e suas vidas, temos a sensação de que o mundo é injusto, mau e cruel. Parece que para alguns existem a sorte e para outros somente o azar e o sofrimento.

Chegamos a pensar que os acontecimentos em nossas vidas são por mero acaso. E finalmente pensamos que Deus não se importa com alguns de seus filhos.
                                                                                “Deus não joga dados”.
                                                                                                                                                    Albert Einstein

No Gênesis consta: “Deus criou o homem à sua imagem e semelhança... E Deus os abençoou... E Deus viu que tudo que havia feito,... era muito bom.”  De forma que Somos Filhos de Deus Perfeitos e Harmoniosos criados a sua imagem e semelhança.

Então por que vivemos nesta grande “luta” pela sobrevivência, procurando desesperadamente a felicidade, a vida harmoniosa, a prosperidade, o amor e a Salvação prometida pelas Religiões?

Acredito que neste inicio de Milênio estamos começando a “despertar” de um sono profundo de ignorância e abrindo nossa consciência para conhecimentos mantidos ocultos por séculos, o que nos impedia de seguir em frente e de viver conforme a natureza de nossa criação. Deus “criou tudo muito bom”.    

Vivemos num mundo tridimensional - mundo das formas -  mundo criado pelo pensamento - sujeito às diversas leis que o regem. São leis físicas, mentais, naturais, espirituais, universais e etc. São leis que reagem aos nossos pensamentos, emoções e atitudes e criam a nossa vida e todas as circunstâncias ao nosso redor.  

No passado nos foram negados, e foram manipulados e distorcidos os conhecimentos e a aplicação dessas leis por motivos religiosos, políticos, econômicos. Incutiram na mente da humanidade, em nossas almas e nas nossas vidas o medo, a culpa, o pecado, a submissão com o propósito de manutenção do Poder.  

Levaram-nos a sentir dependentes de pessoas, instituições, religiões, mestres, gurus, padres, bispos com a promessa de alcançarmos a “Salvação” e irmos para um Céu de acesso a poucos.

Como conseqüência quase a totalidade da humanidade vem carregando sofrimentos, angústias, misérias, doenças, carências de todas as espécies,  sendo vitimas de seus próprios pensamentos e emoções por desconhecerem as leis que regem o Universo e nossas vidas como co-criador de Deus.

No livro “O Segredo” da autora Rhonda Bynrne, o Dr. Joe Vitae afirma a existência da Lei da Atração, umas das leis da Natureza, é tão imparcial e impessoal quando a lei da gravidade. É precisa, exata. 

Pela lei da atração atraímos tudo que aconteceu e está acontecendo nesse momento em nossa vida.  Com nossos pensamentos constantes e duradouros e as nossas emoções atraímos para nós todas as circunstancias e situações, sejam elas maravilhosas, positivas ou negativas.

Atraímos nossos relacionamentos, nossos empregos, nossa família, nossos amigos, nossos colegas, nossa profissão, nossas viagens, nossos passeios, as doenças, as carências, tudo de bom e ruim.

                                                                “Tudo que somos é resultado do que pensamos”
                                                                      Buda (563 a.C – 483 a.C)

A maioria das pessoas entende o que é sentir bem ou mal, mas não consegue perceber que elas estão convivendo a maior parte do tempo com sentimentos negativos - tristeza, raiva, medo, ressentimentos, solidão, carência, irritação, desarmonia, julgamento, discriminação e reclamações.

Uma pessoa que fixe a mente no lado sombrio da vida, que fique revivendo os infortúnios e as desilusões do passado está pedindo que ocorra o mesmo no futuro. Se você nada vê no futuro senão má sorte, está pedindo por ela e certamente irá obtê-la”
                                                                                                Prentice Mulford

Esses sentimentos são energias. Toda energia tem uma freqüência que sintoniza com a lei da atração. E esta vai responder a esses sentimentos e emoções como circunstâncias e acontecimentos da mesma freqüência em nossa vida. Determinando o rumo de nosso futuro. Para o bom ou ruim.


No livro Linguagem do Corpo, da autora Cristina Cairo, é descrito como nossos sentimentos e emoções em relação às pessoas, as circunstancias, aos acontecimentos e aos fatos influenciam a nossa saúde manifestando diversos tipos de doenças no nosso corpo.

“Se está carente, preso de pobreza ou doença, e porque não acredita ou não entendeu o poder que é seu. Não se trata de receber algo do Universo individualmente – ele oferece tudo a todos, sem qualquer parcialidade.”                                                                                                                                           
                                                                                                                   Robert Coller

São simbologias dos nossos sentimentos e emoções manifestadas em nosso corpo como doenças para servir de alerta de que estamos em desarmonia com algo, alguém ou com todo ao nosso meio.

                     
Imagino que não somos vítimas do acaso e nem tão pouco estamos sujeitos as injustiças do mundo, das pessoas, da família, dos nossos antepassados e do Estado.  

       "Não existem vitimas e nem vitimados. Somos responsáveis por tudo o que vem a nós”
                                                                                                         Jack Canfield

 A esperança da humanidade é que o conhecimento dessas leis não é mais domínio exclusivo de pessoas, instituições, Estados, Governos e dessa ou daquela religião.  É domínio da humanidade, como sempre deveria ser.  

No inicio desse Milênio temos a oportunidade de buscar conhecimentos, expandir nossa consciência e utilizá-los para nosso bem e de toda a humanidade sem que sejamos perseguidos, discriminados, criticados, julgados, ex-comungados ou queimados. Vivemos a melhor época da historia para adquirir informações e conhecimentos sobre infinidades de assuntos.

“Então, se você se julga esse “invólucro de carne” que circula por aí, pense duas vezes. Você é um ser espiritual! Você é um campo energético, operando num campo energético mais amplo”
                                                                                            James Ray
                                                                                          

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

PAIS QUE ESCOLHERAM O CAMINHO DO AMOR AOS SEUS FILHOS E FILHAS


O Blog SOMOS TODOS APRENDIZES nesse mês de agosto faz um ano de criação. O primeiro artigo aqui postado foi o tema: PATERNIDADE, um dos mais acessados. 

Quero agradecer aos senhores (as) leitores (as) que acessaram, leram, comentaram e contribuíram para o aprimoramento dos assuntos.


No artigo de hoje quero comentar sobre exemplos de amor e cumplicidade de pais que têm filhos e filhas com orientação homossexual. Um artigo no portal g1. globo.com descreve vários exemplos de pais que acolheram seus filhos e filhas quando souberam que estes eram homossexuais. Verdadeira prova de amor.

Segundo o artigo:Eles tiveram reações diferentes ao descobrir a homossexualidade dos filhos, mas se mantiveram inabaláveis na cumplicidade e agora têm motivos extras para celebrar ...”.

Pelos depoimentos desses pais, inicialmente, vários sentimentos brotaram em seus corações como culpa, surpresa, vergonha diante das pessoas, decepção e medo. No entanto optaram pela escolha de seguir o caminho do Amor.

Vivemos numa sociedade com conceitos e crenças rígidas com relação a muitos aspectos da vida, além de muito machista. Imagino o sofrimento inicial desses pais ao ter o conhecimento da orientação sexual dos filhos e filhas.

Como lidar com eles - filhos e filhas-, com as pessoas do convívio, e ter a consciência que a vida para eles será de forma de diversa à estabelecida pela sociedade.

Os pais que entram em desespero e focam nos seus próprios sentimentos, no seu ego, “expulsam” os filhos ou filhas de casa, do seio da família e os lançam nos labirintos da vida e do mundo deixando-os à "margem da sociedade" - na concepção de muitos - para que enfrentem todos os obstáculos eventualmente existentes sem o amparo tão importante dos pais e em especial da família como todo. Acredito que quando os pais abandonam seus filhos em qualquer circunstância o mundo também os abandona, os desrespeita e as chances de felicidade e sucesso diminuem consideravelmente.

Por outro lado, pais como os citados no artigo escolheram o acolhimento e o amor por seus filhos. Deixaram de lado ego e optaram pela vida em beneficio dos filhos. Como exemplo o depoimento de um dos pais citado na reportagem: “... antes de suas próprias expectativas e projeções, optou por acolher o filho”. Outro pai procurou ajuda a “Grupo de Pais de Homossexuais (GPH), criado há 14 anos...” .

 Ainda depoimento de um pai: “Deus nunca deixou apagar o amor que tenho pelo meu filho. O meu filho não mudou nada, é um filho bondoso e nunca teve problemas. Isso tudo só nos aproximou”, diz o pai.

O resultado são filhos orgulhos dos seus pais. Vejam esses depoimentos dos filhos: "Ele disse aos amigos dele que se não me aceitassem, ele não mais freqüentaria a casa de nenhum deles. Daí por diante eu senti que por mais que ele [pai] não me aceitasse 100%, ele me defendia de qualquer coisa", observou o estudante. "Eu só tenho que agradecer. Muitos amigos foram colocados para fora de casa. Da parte dele, eu nunca senti aquele olhar de desprezo", acentua o filho.

Outro filho conta: “que também é defendido pelo pai de tudo e todos. Entretanto, soube dar suas contrapartidas e por isso adotou as “regras” do pai, que têm facilitado a convivência. “Meus pais conhecem meus amigos, recebem bem, gostam deles”.

Esses filhos e filhas se sentem amparados, acolhidos e amados pelos seus pais e as pessoas do convívio passam a respeitá-los por que os pais não os abandonaram, aceitaram como são, e convivem juntos.    

A prova disso é essa declaração de um pai: “Acredito que foi a maior prova de amor que pude dar a ele".

Todos os pais e mães amam seus filhos e filhas do jeito que são e lutam para que sejam felizes e realizados na vida.  Mas cada filho tem um caminho de aprendizado, tem um jeito e uma forma de buscar seus sonhos. Algumas vezes não concordamos, não aceitamos, achamos que suas escolhas as vezes é um caminho mais complicado, ficamos desesperados, ansiosos, com medo, impotentes diante da situação. 

Aí temos que parar, pensar e fazer a escolha de apoiar, abençoar e caminhar junto com filho ou filha e demonstrar nosso amor e confiança de que tudo vai dar certo.  Assim damos-lhes segurança, coragem e liberdade para seguir em frente com determinação.
 




quinta-feira, 11 de agosto de 2011

PAIS: ENTRE AS SUAS CRENÇAS E O AMOR AOS FILHOS


Com a permissão da pessoa envolvida, resolvi escrever este artigo com objetivo de contribuir com pais que têm a acesso a esse blog possam refletir sobre como as nossas tomadas de decisões e atitudes influenciam a vida dos filhos para sempre.  

Conversei com uma colega, a pedido de uma amiga em comum, sobre algo “terrível” que aconteceu com sua família há duas semanas.

Nossa conversa começou assim: “Meu amigo, preciso de ajuda. Algo terrível aconteceu com minha família. A minha vida e do meu filho está acabada. Não sei o que fazer.”

Perguntei o que havia acontecido. Aos prantos ela começou a narrar o acontecido: O filho de quatorze anos de idade viajou de férias das aulas com parentes do pai para o litoral.  Chegando de volta em casa, animado e feliz, foi ao encontro do pai para abraçá-lo.

Nesse momento o pai percebeu que no braço do filho havia uma “tatuagem” – na verdade uma henna (aqueles desenhos que são feitos com tinta lavável). Uma brincadeira, simplesmente uma brincadeira que pessoas de todas as idades participam nas ocasiões em que estão na praia.

Nesse momento o pai entrou em desespero e em total descontrole começou a xingá-lo, dizendo que o “demônio” havia tomado o corpo do filho, que “aquilo” não era o seu filho, que o menino tinha que ir embora enquanto a diabo tivesse naquele corpo, atitudes de agressão física, psicológica  e moral, e muito mais coisas horríveis”.  Nas palavras da mãe.

A mãe na intenção de proteger sua cria também foi atingida pelas palavras, ataques e agressividade do esposo em descontrole total. Atualmente ambos – mãe e filho - estão vivendo em casa de parentes que os acolheram com bondade, compreensão e amor.

Quis saber da mãe o que levou o esposo ter aquele comportamento tão agressivo com seu próprio filho e com a esposa. Nas palavras da mãe: “Nós freqüentamos uma Religião Cristã e o meu esposo é membro dessa entidade, que condena veementemente qualquer tipo de ‘adorno’ no corpo. Afirmam que essas atitudes e comportamentos são ‘influências diabólicas’. “E também acho que ele ficaria com muita vergonha se alguém da comunidade religiosa visse ou soubesse de algo nesse sentido com membros de nossa família.”

E ainda, segundo a mãe, para agravar o seu sofrimento, o filho disse-lhe com toda “força da palavra” que nunca mais voltará à casa dos pais, e que se o demônio existir seria o pai.  E quando for maior de idade – daqui a quatro anos – vai sumir no mundo.

A essa mãe só podemos recomendar a incutir na própria mente e na do filho a busca pelo perdão e pela compreensão da atitude do esposo e pai. Saber que o desespero e descontrole que o levaram às suas atitudes se devem provavelmente à incompreensão, ao medo, a insegurança e às suas carências no decorrer da vida, que podem ter impossibilitado de adquirir paciência e sabedoria para atuar e conduzir acontecimentos dessa natureza, dentro de sua família, e agir com respeito e amor.

Na verdade “tragédias” nas famílias por motivos de crenças religiosas (como essa), as de cunho moral, de preocupação as com aparências e muitas outras acontecem todos os dias no mundo todo. Não sou contra as religiões – acredito que religião tem sua função benéfica na evolução da humanidade. O que não é bom é a fé praticada sem Amor, sem bondade e sem sabedoria, “A fé cega e primitiva”.

A fé que leva pais, mães, familiares e as demais pessoas à discriminação, à intolerância, ao julgamento e à agressividade, mesmo as mais sutis, nos relacionamentos é uma fé míope e destorcida. É prejudicial.

Muitos pais, quando descobrem qualquer atitude e comportamento dos filhos ou filhas que não lhes agradam e não concordam por medo, receio de que os outros vão pensar, ou por suas crenças morais e religiosas entram em desespero chegando a atingir a dignidade, a moral, auto-estima e a alma dos seus filhos para sempre. 

Na nossa experiência e convívio com alguns adolescentes e jovens adultos que tem pais e mães com conceitos morais, religiosos inflexíveis (perto do fanatismo)  , que impossibilitam o diálogo e a compreensão sobre atitudes dos filhos, chegam a nos confessar que não deixam de fazer ou experimentar qualquer curiosidade ou moda relacionadas à fase da idade que estão passando.

Alguns afirmam que fumam, ingerem bebidas alcoólicas, iniciaram atividade sexual, usam piercing, tatuagens e outros afirmam até que usaram ou usam algum tipo de drogas ilícitas sem, no entanto seus pais nunca imaginarem. Pedem a nós a confidencialidade. 

Pais com essas atitudes têm uma visão distorcidas de seus filhos e de sua família. Acreditam que seus filhos e filhas são diferentes dos demais adolescente e jovens porque os “proíbem” de fazer ou se comportar de certa maneira. Na verdade acredito, particularmente, que eles têm medo e insegurança de encarar de forma adequada essa fase delicada e que exigisse compreensão, paciência, doação, analise e muita sabedoria.  

Concordo que não é uma tarefa das mais fáceis, para nós pais. Não somos preparados para esses tipos de relacionamentos, de convivência, de diálogos onde inicialmente estamos sempre controlando as ações dos filhos quando pequenos e de repente temos que abrir mão desse controle e dialogar, negociar, ter sensibilidade aos sentimentos e dividir a vida do filho ou da filha com eles o que antes era somente gestão dos pais. Naturalmente muitos de nós, ficamos perdidos.  

Sabemos que cada geração cria sua “moda”, seus hábitos, suas linguagens, suas buscas, suas características básicas que diferenciam uma geração da outra. Nada que prejudique a si próprio e as pessoas, se orientado e acompanhado com respeito pelos pais. Isso é simplesmente uma forma de diferenciação de épocas, depois tudo passa.

Nós, pais, mães ou aqueles que desempenhem  papeis de genitores, orientadores, educadores, cuidadores e guardiões de pessoas em fase de formação em muitas áreas da vida, temos a responsabilidade e o dever de procurar nos despir de todo e qualquer tipo de preconceito e discriminação, sejam elas morais ou religiosas, que nos levem a criar obstáculos no entendimento, compreensão e uso da sabedoria para respeitar cada filho ou filha como um Ser Espiritual Único. Mesmo não sendo uma tarefa fácil.

Nosso dever é orientá-los para um caminho de segurança, auto-estima, respeito, de aceitar as diferenças, do amor e da espiritualidade. Para que caminhem sempre em direção a confiança e a esperança na vida e nas pessoas.


segunda-feira, 25 de julho de 2011

NO SEU RELACIONAMENTO VOCÊ CONVERSA ?



Dialogar com cônjuge ou companheiro(a). Como?

Esta é a pergunta que grande parte das pessoas envolvidas em alguma forma de relacionamento pessoal fazem.

Vivemos atualmente a era da comunicação. Comunicamos utilizando a tecnologia em todas as suas formas de aplicativos moveis e fixos. Uma verdadeira revolução tecnológica que trouxe grandes benefícios a humanidade.

No entanto, mesmo com tantas facilidades para nos comunicar ainda encontramos dificuldades para expressar nossos sentimentos e dúvidas na área dos nossos relacionamentos. 

Nas minhas observações e experiências percebi que em alguns relacionamentos inicialmente harmoniosos, com alegria, felicidade e entusiasmo, no decorrer do tempo as pessoas envolvidas vão se distanciando emocionalmente, vão deixando de emitir suas opiniões, vão deixando de comentarem seus sonhos, suas buscas, suas dúvidas, distanciam-se física e mentalmente, e vão deixando de serem companheiras. Vão se calando no corpo e na alma.

Presenciamos casais criticando e reclamando uns dos outros para terceiros – amigos comuns, familiares, colegas de trabalho, desconhecidos - das atitudes, dos comportamentos, das palavras, da postura,  considerando-se  verdadeiro injustiçado (a) e vítima do destino e/ou do relacionamento conjugal.

Alguns chegam, após anos de relacionamento, na “surdina” e no “segredo do coração e da mente”,a planejar e marcar a data em que o relacionamento terá fim. Sem, no entanto dar a outra parte o direito de saber de seu intento.
Podemos fazer uma pergunta: Para onde foi àquela amizade e admiração um pelo o outro?

Acredito que esse distanciamento tem como umas das causas o nosso Ego. Sim, o “Ego”. O nosso ego não nos permite ouvir os sentimentos, as causas da tristeza no coração do companheiro (a), suas dores, suas carências, e suas opiniões principalmente as relacionadas conosco.

Não aceitamos as conversas e os diálogos que tem a intenção em esclarecer dúvidas, interpretações distorcidas, essas circunstâncias nos levam a imaginar e acreditar que podem ser críticas às nossas carências, fraquezas, limitações e à nossa falta de capacidade de compreensão. 

Isso aumenta ainda mais a necessidade do diálogo, e essa possibilidade aterroriza muitos casais, que se fecham entrando num verdadeiro labirinto de solidão, tristeza, angustia e ressentimentos. Convivendo juntos fisicamente, no entanto distantes emocionalmente e mentalmente, e criam para o outro e para si sentimentos de culpa e revolta. Verdadeira solidão acompanhada.

Temos consciência de que trouxemos da infância, da nossa família e da vida muitas dores, decepções, angústias, rejeições, críticas e tristezas e temos medo de que elas sejam tocadas, comentadas ou mesmo insinuadas pelo (a) companheiro (a).  Tamanho é o nosso medo, que não nos conscientizamos que também o outro carrega os mesmos sentimentos e  medo.   

Mesmo tendo a consciência da importância e da necessidade do diálogo o “Ego” e o medo de expor nosso intimo e aceitar nossas falhas que contribuem para um relacionamento defeituoso preferimos-nos “retirar” e nos esconder no casulo do silencio e viver amargurado (a), criticando, lamentando o (a) companheiro (a) e vida.

Se com coragem, humildade e sabedoria nos dispusermos a ouvir, compreender e aceitar as “reclamações”, ansiedades e as tristezas do (a) companheiro (a), sem críticas e com respeito, podemos abrir um caminho para que também nós possamos expor nossos sentimentos. Parece que esquecemos também que temos as mesmas necessidades e precisamos dessa mesma compreensão.

A vida “compartilhada” é um caminho de aprendizado. É uma oportunidade espiritual para que tenhamos resultados evolutivos. Quando nos enrolamos em nosso “EGO” e no MEDO  perdemos as oportunidades de aprendizados, deixamos de ser livres – nos prendemos ao passado – deixamos de nos envolver com honestidade conosco e com os outros, criamos barreiras para a compreensão, para o amor. Deixamos para trás uma das oportunidades mais completas para evoluir. Todos perdemos.