quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

DE ONDE VEM A AUTOESTIMA DOS NOSSOS FILHOS?


"A consciência de cada um de nós é a evolução olhando para si mesma e refletindo sobre ela própria."
                                              Teilhard De Chardin

Li uma matéria publicada num jornal sobre uma pesquisa feita na Universidade de San Diego, na Califórnia (Estados Unidos), que confirma a importância do hábito de fazer pelo menos uma refeição diária na companhia dos familiares. Isso pode reduzir em até 80% as chances de os filhos se envolverem com drogas, prostituição ou atos de violência.

Neste estudo, após 27 meses comparando os dados, a equipe de cientistas concluiu que os jovens que tinham a presença dos pais em pelo menos uma refeição diária estavam menos propensos a se envolver com esses problemas.

“Ao avaliar a vida daqueles jovens, percebeu-se a importância do momento em família para a vida deles. Estar com os familiares dá mais liberdade para o jovem falar dos problemas. A presença dos pais nas refeições facilita uma troca de vivências, e a prevenção de possíveis problemas de envolvimento com vícios”, afirma o psiquiatra Fábio Barbirato, que acompanhou o estudo.

Avaliando a pesquisa, achei interessante por confirmar que o envolvimento e participação dos pais na vida de seus filhos trazem resultados surpreendentes durante a sua formação e na vida adulta.  

Formar esse costume, nos dias atuais, demanda esforços e compromisso por parte dos pais devido ao formato das famílias e da vida moderna. Não conseguimos conversar com alguém – sejam eles filhos ou qualquer pessoa – sem que sejamos interrompidos pelos aparelhos e instrumentos tecnológicos disponíveis a todos, como celular - computador, internet e etc.

Ainda assim, acredito que vale a pena incutir e dedicar esforços para nos comprometer e nos envolver com a vida da nossa família.  Acredito que o costume de estarmos juntos nas horas das refeições e/ou outras oportunidades, pode elevar a autoestima dos nossos filhos, pode levar com que eles se sintam acolhidos e próximos de nós, pais. 

O autor Stephen Kanitz, do livro “A Família Acima de Tudo”, escreveu um capítulo para falar sobre a Autoestima dos filhos. Nesse capítulo ele enfatiza a importância dos pais demonstrarem a filha e/ou ao filho  o seu verdadeiro valor. Ele afirma que: “... o que determina o sucesso dos nossos filhos não é boa educação, nem disciplina, nem muito amor e carinho, embora tudo isso ajude”, e também que “.. uma criança tem de gostar de si primeiro para que possa gostar dos outros, dos livros, do estudo, de tudo o que virá depois”.

Os filhos com autoestima elevada sentem-se mais íntimos e próximos dos pais mesmo depois de adultos e esse sentimento traz confiança e alegria.  Eles, como nós pais, têm vários ciclos da vida, e em todos eles precisarão do envolvimento e comprometimento dos pais, que devem ter sua formação iniciada ainda quando os filhos são crianças. 

Penso que uma das formas de elevar a autoestima dos filhos pode ser compartilhando momentos e situações de alegria, prazer, preocupações, angústias e das suas buscas com atitudes no nosso do dia-a-dia. Com a paternidade atenta, respeitando a individualidade dos filhos, podemos deixar claro e ser receptivo demonstrando-lhes que existe sempre o caminho aberto para eles chegarem a nós quando precisarem.

Imaginem: uma filha liga para o pai e diz: “Pai, vem encontrar comigo para tomarmos um suco e você me dar um abraço, pois eu tenho vinte minutos de intervalo”. E esse pai vai ao encontro da filha e passam esse “tempo” juntos. Outro exemplo: o filho liga para o pai e diz: “Pai já almoçou? Vou passar ai para te pegar para a gente almoçar juntos”. Acontece conosco e nossos filhos – Adultos.

Para mim, é uma grande lição que eles nos passam. Lição de amor, doação, envolvimento e principalmente de autoestima. Por estarem felizes. Essa é nossa missão como pais: fazê-los sentirem-se felizes. 

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

AINDA DISCRIMINAMOS AS PESSOAS POR NÃO ABRIRMOS A MENTE PARA O CONHECIMENTO

Numa viagem que fiz ao nordeste, uma senhora de meia idade sentou-se na poltrona ao meu lado. Depois de algum tempo começamos a conversar sobre diversos assuntos e acabamos falando do comportamento dos jovens nos dias atuais. Ela descreveu que recebeu uma educação rigorosa dos pais, principalmente da mãe. Continuamos a conversa quando descreveu a rebeldia, a irresponsabilidade e a falta de educação dos jovens.  Contra argumentei expondo meu ponto vista de que os jovens das gerações passadas tinham tal comportamento por que o que existia era medo dos pais, dos professores e das autoridades, e não respeito e obediência voluntária.  

E que as novas gerações, que começaram a nascer a partir da década de oitenta, têm consciência mais expandida e esse tipo de medo, intimidação e dominação não se aplicam a elas. São pessoas que trazem consigo conhecimentos sobre a espiritualidade, intuição aguçada, facilidade de aprendizado. São ligadas à natureza, são solidárias e não se sujeitam às manipulações dos adultos. São as crianças índigo. Essa senhora me perguntou: - Crianças o que? Falei - Índigo. - O que é isso? Perguntou a senhora. Respondi: - Crianças de “aura azul”.  Em seguida me fez a pergunta: - De que religião o senhor é? Eu disse: não sigo nenhuma religião. Nesse momento percebi um misto de medo e discriminação. A nossa conversar se encerrou, essa senhora não falou mais nada. Chegamos ao aeroporto e ela procurou se afastar de mim.

Fiquei pensando o que faz as pessoas terem tal comportamento?  Medo?  Lembrei-me da escritora Sylvia Browne autora de diversos livros sobre espiritualidade, dentre eles: “Segredos e Mistérios da Humanidade”. Neste livro ela escreveu sobre segredos, mistérios e mitos antigos que intrigam a humanidade há – muitas vezes – séculos. No livro, ela afirma que no passado tudo que não se conhecia ou não se aceitava relacionado à espiritualidade e a ciência, “os religiosos” afirmavam que eram “coisas do demônio”. E quem buscava o entendimento e o conhecimento sobre tais “coisas” teriam parte com diabo. Foi assim que muitos homens e mulheres foram condenados à morte – a santa inquisição.

Essa senhora, ainda hoje no século XXI, tem o mesmo comportamento de épocas remotas na história da humanidade. Foram atitudes e ações que levaram a sofrimentos, torturas e mortes de seres humanos, simplesmente por serem dotados de capacidades e dons à frente de sua época. E ainda hoje existem pessoas, no meio de nós, nessas condições: á frente de sua época.

Poderíamos ter conversado mais e aprendido um com o outro sobre este e/ou outros assuntos. Mas a discriminação e o medo nos fazem afastar do conhecimento, do saber, da curiosidade, de seguir em frente, de sermos dóceis e compartilhar nossas dúvidas.
  
Espero que as novas gerações, sejam índigo ou não, tenham a capacidade de superar essas limitações, e assim contribuir para um mundo sem sectarismos. Deixando de vez para trás uma historia de trevas e sofrimentos, e trilhando o caminho da paz, da solidariedade, da troca de conhecimentos e experiências.  Teremos um mundo melhor.