quinta-feira, 8 de agosto de 2013

A IMPORTÂNCIA DO SEU PAI

"Seu filho precisa de mais que somente boas escolas"
                                                       Roberto Shinyashiki
O primeiro texto que postei no blog SOMOS TODOS APRENDIZES teve como tema o dia dos pais de 2010.  Agora estamos novamente próximo ao dia dos pais.

No decorrer destes três anos muitos de nós, filhos e filhas, passamos a compreender melhor nossos pais, ficamos mais experientes, mais maduros e menos egoístas.   
Por muito tempo, foram destinados para os pais papéis de menor participação na vida dos filhos, sendo este primordialmente um provedor familiar. As tarefas de cuidados e educação dos filhos foram atribuídas às mães, tarefas que terminam por favorecer a cumplicidade, envolvimento, afetividade e companheirismo. Por questões culturais, acredita-se que somente a mulher tem essa capacidade. Foi assim que todos nós aprendemos.
Atualmente alguma coisa mudou, mas ainda acredito que seja pouco para se permitir uma participação masculina de forma mais abrangente na vida dos filhos.
Muitas mães e/ou responsáveis por diversas circunstancias – falta de conhecimento, egoísmo, vingança, imaturidade e controle – impedem, dificultam e terminam retirando dos filhos e filhas o Direito Divino de se conectarem aos seus pais.  
Existem constatações de casos de mães que se tornam ou se consideram "proprietárias” dos filhos exigindo ou limitando a vivência de seus rebentos  maior parte do tempo dentro de sua esfera de atuação, por se sentirem mais capacitadas e por entender que a natureza deu-lhe mais poder sobre eles.
Compreendo que a natureza exige nos primeiros meses de vida dos filhos uma atuação bem maior da mãe. No entanto, essa atuação sem a participação do homem como esposo e pai torna-se mais complexa e difícil.
Porém os filhos vão crescendo demandando novas necessidades, novas orientações e exigindo outras formas de se relacionar. Sente que somente aquela forma que vem da mãe já não é mais o suficiente para seguir adiante com a vida.
Essa mesma natureza projetou o homem e a mulher de forma diferenciada. Não somente biologicamente e emocionalmente, mas também de energeticamente. Sim, somos seres energéticos, assim como tudo na natureza. A formação de tudo que existe no Universo é composta por pólo positivo e o negativo. Um complementa o outro para existir.
E o mesmo principio se dá dentro das estruturas da concepção humana, formação conjugal, relacionamentos familiares – pai, mãe e filhos e outros.  
A mãe tem a energia de doar, acolher, amparar e envolver, necessárias ao ser humano principalmente nos primeiros anos de vida e no decorrer da vida em eventos que necessitamos recorrer a esse tipo de energia para que possamos seguir.


Já os pais são possuidores da energia que leva aos filhos o “movimento para fora”. Os preparam para os desafios da vida, para os relacionamentos fora do âmbito familiar, para enfrentar os obstáculos da vida, imprimir segurança, confiança, e força para conquistas e sonhos.

Como se vê, um complementa o outro. Isso dá equilíbrio e suavidade à vida.
Quando os filhos e filhas por algum motivo ou responsabilidade de uns dos pais ficam em desequilíbrio com essas duas energias – positivo e o negativo –  excesso ou carência de uma das duas apresentam sentimentos de vazio, fraqueza, tristeza e incapacidade para ir adiante com a vida.
Percebe-se atualmente a existência de muitos filhos e filhas carentes e/ou em desequilíbrio com a energia paterna – positiva.
Como exemplo, há muitas situações de separações conjugais, núcleo onde a mulher é “chefe” da família e se torna dominadora, onde o esposo e/ou pai se omite, onde existem mães controladoras e pais submissos. Nessas situações os filhos crescem e vivem em ambiente onde os papeis dos pais estão fora da Ordem Sistêmica Familiar acarretando desequilíbrio a vida dos filhos.
Família dentro desse contexto é comum os filhos ficarem “infláveis” – peitos inchados de arrogância - inquietos, barulhentos, irresponsáveis, desrespeitosos, tristes, fracos e incapazes para realizar seus sonhos e projetos de vida.
Quando mães com sua sabedoria e com amor no estagio elevado vê no filho e/ou na filha as qualidades existentes no pai e expressa sua admiração, os filhos se sentem seguros, alegres e confiantes. Eles têm consciência que sua formação é composta de metade da mãe e outra metade do pai.
Para os filhos, se a mãe não aceita, não admira ou não respeita o seu pai, então logicamente esses mesmos sentimentos se estendem a eles.
Ouvimos mulheres, por raiva, decepção, vingança ou imaturidade, acusarem seus ex-maridos ou ex-companheiros de pessoas ruins, maus e sem caráter para seus filhos. Relacionando de forma equivocada a figura do ex-companheiro e ex-esposo com o papel de pai, que na verdade são papeis bem distintos.
As conseqüências na vida desses filhos ou filhas são desastrosas. É um mal tão grande que além de causar danos aos filhos se estende para as gerações seguintes.
Como se vê, os pais exercem um papel tão importante quanto o das mães na vida dos filhos. A função dos pais está em criar esse “movimento para fora”.  Sair do ambiente sob domínio exclusivo da mãe para o mundo externo.
Com esse movimento do pai, os filhos e filhas ficam fortes, corajosos, seguros, equilibrados e felizes com a vida e com mundo.
Recebendo a energia da mamãe e do papai. Assim, em equilíbrio, tudo fica mais leve.
Feliz dia do PAPAI. Ele te ama tanto quanto a sua mamãe!

sexta-feira, 1 de março de 2013

OS AVÓS E O DESTINO DA VIDA DOS NETOS

"...O inicio foi o amor de meus pais, como homem e mulher. Eles foram atraídos um pelo outro por um forte instinto, por algo poderoso que atuou por atras deles. Contemplo essa força que os uniu e me curvo diante dela. Contemplo como meus pais se uniram e como resultei de sua união, com gratidão e amor."
Bert Hellinger


Quando algumas pessoas me perguntam como estou me sentindo sendo avô, respondo que ainda tenho algumas dúvidas e me sinto meio “perdido” sobre qual é o verdadeiro e o correto papel dos avós. Essa resposta surpreende muitas pessoas. Algumas chegam esboçar um sorriso irônico, sem entender o porquê das minhas dúvidas.

Um dia desses,eu estava com nosso neto Pedro, de cinco meses, filho da nossa filha e do nosso genro, aguardando ela voltar de um compromisso, quando um rapaz  aparentando uns 30 anos de idade se aproximou perguntando se era meu neto. Sim, respondi. Ele me disse: “Tenho muito mais liberdade com meu avô do que com meu pai. Sempre fiquei mais com meu avô. Avô é muito legal!”. E se foi com um sorriso e olhos brilhantes de emoção.

Senti nas palavras dele algum ressentimento ou mágoa com relação ao pai. Aquele jovem deve ter recebido muito amor do avô. Isso é bom. No entanto, no meu entendimento, aparentemente o avô não exerceu o papel mais importante na vida desse jovem, que é promover a conexão do filho com o pai, vendo no filho (no neto) a vida e força do pai. Lembrando a existência do pai na alma dele, de forma que quando esse jovem se lembrasse do pai sentiria essa força, e a admiração pelo avô viria através do pai. Ele se sentiria forte, corajoso e leve para a vida.

Nesse momento olhei para o Pedro, meu neto, aquele nenezinho nos meus braços, com toda a confiança, segurança e suavidade nos olhos, aquele ser inocente olhando pra mim. E pensei que não podia fazer o mesmo que aquele avô fez com o neto. Mesmo existindo todo amor que sinto por ele. Teria que usar esse amor com sabedoria.

Pensei: Não posso tirar-lhe o direito de receber a força, a admiração e a coragem de que necessita para seguir a vida. Essa força e energia gigantescas vêm de muitas gerações de antepassados, mas só chega aos filhos através dos pais, e de mais ninguém.

Quando alguém, mesmo os avôs, interrompe esse fluxo, excluindo, minimizando, desvalorizando ou tomando para si o papel os pais ou de um deles, para os filhos isso é muito pesado e angustiante. A vida fica pesada, eles sofrem muito com essa falta.

Filhos assim, cheios do amor dos avôs, mas sem a conexão com os pais, ficam incompletos, sem forças, não tem onde se segurar nos momentos que a vida exigir coragem e determinação.

Tenho a oportunidade e a bênção de poder participar quase todos os dias da semana da vida da nossa filha e o nosso neto. Mas sempre no foco de que sou o avô, simplesmente o avô e afirmo em palavras que ele tem a mamãe e o papai, que são pessoas boas, responsáveis e estão procurado fazer o melhor, e que ele pode ficar tranqüilo e confiar nos pais.

Logo em seguida a essas palavras afirmo que ele é um bebê corajoso, forte abençoado e que tudo na vida dele vai ser bom, pois ele tem excelentes pais e que ele também faz parte da nossa família e isso nos alegra muito. Mas que ele deve seguir os pais dele, essa é a missão dele, juntamente com os pais.

Acho que é essa minha responsabilidade como avô. Lembrando-o da existência de seus pais e que ele pode confiar, sentir-se seguro e alegre, pois aqueles são os melhores e os pais certos para ele. Nenhum outro seria melhor.

Este foi a primeira lição que aprendi pra ser avô. Estou me esforçando para aprender mais. Assim, quando chegarem outros netos e/ou netas espero está mais preparado.