segunda-feira, 8 de novembro de 2010

PAIS E FILHOS. PODEMOS SEMPRE RECOMEÇAR

Os assuntos dos artigos anteriores - relacionamentos de pais e filhos - o objetivo principal era abrir discussões sobre uma maternidade e paternidade atenta aos sentimentos, buscas, emoções, respeito à individualidade e sonhos dos filhos. No entanto, na minha percepção, pelos comentários ou pela falta deles, acho que trouxe sentimentos de culpas, fracassos e arrependimentos, para alguns pais. Posso afirmar que o objetivo dos artigos não buscava despertar esses sentimentos negativos.

Diante da circunstância quero expor, para discussões, como nós pais podemos lidar com nossas eventuais falhas, erros e omissões nos relacionamentos com nossos filhos.

A vida é feita de relacionamentos. Temos relações com tudo o que nos cerca. E esses relacionamentos são grandemente influenciados pelos relacionamentos que tivemos quando criança, com nossos pais e os adultos que nos cercavam.  Reagimos da mesma forma que reagiam conosco em termos positivos e negativos.

Não que nossos pais e os adultos que nos cercavam são culpados por isso. Eles agiam e se comportavam da forma que aprenderam nas suas vidas dos seus professores – os pais e da vida - e avaliavam como certos. Na verdade todos nós somos vítimas de vítimas. Eles, de forma alguma, poderiam nos ensinar algo que não sabiam.

Mas, também não podemos estagnar nossa vida no passado justificando ou culpando nossos pais. Mesmo por que acredito que eles fizeram o que sabiam e podiam, de acordo as circunstâncias e suas limitações da época. Acredito que se pudessem fariam de forma diferente para alcançar resultados melhores. 

Nós, pais atuais, se erramos ou ainda não tínhamos despertado para os novos conceitos e a nova realidade, devido ao que aprendemos no passado com nossos pais, ainda há tempo para que possamos conquistar, acolher, abraçar, aconchegar, ser companheiro e amigo dos nossos filhos.

Podemos iniciar contando nossa historia, como foi a vida dos nossos avôs, nossos pais e a nossa. As buscas, as limitações, a cultura da época, a forma de educar a família, as limitações dos recursos materiais, a exigência da religião, as crenças, os costumes e etc. Fatores que influenciaram a formação do caráter e que terminaram por limitar as demonstrações de emoções, a sermos mais livres, mais exigentes com a gente e com eles.

 Acredito que nossos filhos nos compreenderão e entenderão o porquê de muitas de nossas atitudes, comportamentos, omissões, medos, inseguranças e falta às vezes de demonstrar compreensão, tolerância,   carinho, amor, e outras emoções em relação a eles, à família e à vida. 

Acredito que assim podemos nos aproximar com mais honestidade e lealdade dos nossos filhos. Eles saberão que “o problema” não é a existência deles, que não é porque não os amamos. É por que temos um histórico, que vem dos nossos antepassados, e que cada geração está procurando aprimorar.  Sentirão que também fazem parte desse processo que se iniciou há muitas gerações passadas. 

Acho que se sentirão mais envolvidos, comprometidos, e buscarão compartilhar e colaborar conosco, avaliando que esse aprendizado será importante para ambos, pois definirá a vida dos seus descendentes. Assim, juntos, pais e filhos, trilharão um caminho de comprometimento, amizade, entendimento, respeito, admiração, amor e ternura. Cada qual no seu papel.

O resultado, acredito, será mães e pais mais aliviados, mais livres, alegres, e se realizando com a sua missão. E por outro lado filhos companheiros, responsáveis, comprometidos com a família, seguros e solidários com seus pais e as demais pessoas.

Não existindo culpas, não existirão culpados. E seremos todos livres.    

RELIGIÃO X RELIGIOSIDADE


Religião - Esse tema talvez seja o mais controverso de toda historia da humanidade. Acompanhando a historia vemos que desde os primórdios da criação da religião encontramos algum tipo de violência contra o ser humano por professar ou não alguma religião.

Não que o objetivo da criação da religião seja a discriminação. Mas essa atitude e sentimento de alguns seguidores religiosos termina gerando algum tipo de segregação, promovendo a violência, desarmonia e perseguição aos que professam  uma fé diferente da sua.

Acredito que o objetivo primordial da religião é que seja utilizada como instrumento dos homens para conhecer, entender e utilizar as leis mentais, espirituais, universais e da natureza humana. E que os grandes líderes religiosos em várias partes do mundo, em épocas diferentes e de acordo com a cultura, costumes, capacidade de entendimento e espiritualidade de seu povo, passaram os ensinamentos do Amor, da compaixão, do perdão, da doação e de que a Vida de Deus está dentro de cada um de nós. E assim termos condições de manifestar o Amor Divino em nossa vida cotidiana, com sabedoria e amor, tendo como base a liberdade, de acordo com nossa consciência e livre-arbítrio.  

   Estamos vivendo no século XXI e ainda hoje presenciamos pregações religiosas disseminando “MEDO” em seus seguidores. Deixando-os reféns daquela instituição religiosa. Esses seguidores ficam aprisionados mentalmente, emocionalmente e, sobretudo espiritualmente. Deixam de seguir seus corações, sua intuição e de buscar conhecimentos e sabedoria em outras fontes, e assim aprender, comparar e também perceber as mudanças – a evolução espiritual - que ocorrem constantemente nas pessoas, na natureza e no universo. Muitos desses seguidores ficam “cegos” e alienados. Isso, na minha visão, é uma fé primitiva. Estas só aceitam e vêem algo que está próximo de seus olhos embaçados pelo “Medo” de serem rejeitados, criticados e “perseguidos” por algo que lhe disseram que só esse ensinamento é correto e fora disso estão no caminho do mal e serão condenados para a eternidade. Assim deixam de lado a própria espiritualidade.  Esse é um método utilizado desde a idade média por algumas religiões e ainda persiste nos dias atuais.

 

Nesse contexto, muitos vão levando a vida. Mas, existem conseqüências. Não vivemos sós. Vivemos cercados de pessoas de todas as personalidades, costumes, crenças, culturas, espiritualidades, raças e credos. Nesse ambiente, encontramos nossos familiares, parentes, filhos, irmãos, tios, pais, amigos e etc. São pessoas que amamos, admiramos e contribuíram de alguma forma para que nossa vida fosse melhor. Algumas delas são pessoas que doaram parte de suas vidas para nos amparar nos momentos mais adversos de nossas vidas, são pessoas extraordinárias, que nos amam. Pessoas dedicadas, leais, amorosas, espiritualizadas, bondosas, que não encontraram obstáculos para nos atender quando as chamamos. Mas não comungam a mesma religião, crença ou credo que nós.  

 

Mesmo neste contexto percebemos a “sutil” discriminação religiosa de grande parte de seguidores religiosos, por acharem que estão no “único caminho certo” para a “salvação espiritual”. Sendo que, para mim, existem vários, que se direcionam para um único ponto - Deus Criador de todo o Universo.

 

 E nesse ambiente vão perdendo companhias maravilhosas, abraços aconchegantes, trocas de opiniões enriquecedoras, palavras encorajadoras, confiança, admiração. E o amor vai sendo substituído por desconfiança e rejeição. Vão perdendo aos poucos “uma parte divina” de seus parentes, amigos, conhecidos, vizinhos, de pessoas que poderiam enriquecer ainda mais suas vidas e alma de muitas formas. Mas, simplesmente por seguir outra crença ou mesmo buscar, trilhar e pesquisar outras fontes de conhecimento que os levem à busca da espiritualidade de forma diversa, muito seguidores religiosos, ainda assim, com sua “fé primitiva” termina por trilhar o caminho de rejeição e discriminação de pessoas que fizeram ou ainda fazem parte de sua historia. Não é esse o ensinamento de nenhuma religião. 

 

Dizem os espiritualistas que os criadores das Grandes Religiões do Mundo vivem no Mundo Espiritual Elevado – no Céu – de mãos dadas orando para que seus seguidores se harmonizem uns com os outros. Essa afirmação nos mostra o amor e a dedicação, e  que esses espíritos elevados nos ensinam até hoje sobre o Amor.