terça-feira, 1 de novembro de 2011

PAIS CONTROLADORES E A VIDA DOS FILHOS


PARTE I

"O amor é a lei de Deus. Vivemos para poder aprender a amar. Amamos para aprender a viver. Nenhuma outra lição é exigida do homem" 
                                                                                                                                                                                 - Mikhail Naimy - 

Estava num local publico onde se encontrava um grupo de três ou quatro famílias. Quando ouvir uma mãe criticando, julgando e censurando, a filha adolescente com idade de mais ou menos quatorze anos de idade, para o restante do grupo.

Essa mãe, na minha percepção, tinha uma energia muito forte em relação ao grupo, era dominante e liderava a todos. Passados alguns minutos a filha chegou para se juntar ao grupo. 

Quando observou que era motivo de reclamações e criticas vinda da mãe, Ela ficou tão furiosa e começou uma discussão entre as duas.

A menina gritou em direção à mãe fazendo algumas afirmações como: “você nem me conhece”, “nunca deu importância para mim”, “não sabe nem quando menstruei”, “ se não fosse meu pai para cuidar de mim”, “Você só se importa com quem faz o que você manda e fica puxando seu saco”, “você quer mandar em todo mundo”, “tenho dó do meu pai por viver com você”, “não to nem ai para você”. E algumas outras. E saiu muito nervosa.

A mãe começou a justificar ao grupo que sempre trabalhou muito para dar a filha o melhor e recebia a ingratidão.

Acredito, sinceramente, que na visão daquela a mãe ela está fazendo o melhor que pode a filha. No entanto, aparentemente, a forma como está conduzindo o relacionamento entre as duas está levando a filha ao desespero, distanciamento, a insegurança e ao medo.

Existem pessoas que nascem “com a natureza forte”. Na verdade com uma energia controladora, dominadora, e “de liderança” sobre outras e as circunstâncias ao seu redor. Com o poder de controlar tudo a sua volta.

Essas pessoas têm a capacidade e a força de envolver, persuadir, convencer, controlar e manipular atitudes, comportamentos e decisões na vida de quem vive a sua volta.  

Elas podem ser qualquer pessoa que direta ou indiretamente dependemos emocionalmente, psicologicamente e/ou financeiramente por relação de parentesco ou hierarquia como chefes, professores e outros.

Pessoas com essa natureza geralmente são críticas, julgadoras, cobradoras, manipuladoras, incompreensíveis, preconceituosas. Quando não atendidas ou incompreendidas em suas ações se sentem vítimas e constantemente faz papel de juiz na vida dos outros.

E quando essa pessoa está no papel de pai ou mãe? O “Controle” que elas exercem sobre filhos, filhas e os demais membros da família é bem mais poderoso. Filhos nesse ambiente crescem e vivem mesmo depois de adultos inseguros, carentes, submissos, fracos, infelizes e com medo da vida.

Nas palavras do escritor James Van Praagh: “Quando somos crianças, existe um padrão estabelecido: os filhos devem esforçar-se para conquistar o amor dos pais, e os pais moldam os filhos para fazer deles o que esperam que sejam. Para quem vem de famílias muito exigentes ou fechadas, o esforço para agradar pode ser interminável”.

À medida que as crianças crescem, os desejos dos pais permanecem em seu subconsciente e tornam-se parte de sua programação. Na idade adulta, sua auto-estima pode depender da aceitação dos outros, da mesma maneira como procuravam agradar os pais para conseguir seu amor. O que acontece é que estes adultos nunca chegam realmente a viver para si mesmos.

Quantas vezes dizemos ou fazemos alguma coisa que não é inteiramente verdadeira, apenas para sermos apreciados ou para nos sentirmos próximos de outra pessoa, e logo em seguida nos arrependemos? Tentar agradar as pessoas é o de menos, pois já fizemos coisas mais sérias por medo da rejeição. Muitos sacrificam seus sonhos individuais e seus desejos para atender as expectativas dos outros.

Posso listar aqui intermináveis exemplos de pais e mães que quando os filhos e filhas eram pequenos e podiam “controlá-los e exigir-los” determinada conduta ou comportamento e estes obedeciam, os consideravam como excelentes filhos e filhas.

A partir do momento que esses filhos e filhas foram adquirindo a sua independência emocional, psicológica e alguns até financeira e começaram a expressar suas opiniões, gostos, escolhas e preferências demonstrando que parte do “arcabouço familiar” (Estrutura dos princípios da família) adquiridas e/ou elaboradas pelos pais não foram totalmente acolhida passaram a serem criticados, julgados e abandonados emocionalmente por não adotar na sua totalidade esses princípios como os unicamente os corretos. 

Esses filhos são lançados num mundo de emoções desequilibradas, carências, submissão, mentiras, medo, rejeição e continuam convivendo no meio do redemoinho de energias ruins, criados por esses pais e/ou mães, por medo da rejeição, da critica e do julgamento.

Ficam sem coragem e forças de “lutar e enfrentar” a conduta derivada da “natureza forte” desses pais e/ou mães e terminam seguindo uma vida sem dignidade, sem determinação, sem realizar seus sonhos, sem lealdade as suas escolhas e preferências. Sendo homens e mulheres infelizes, carentes, submissos e sem personalidade.   Uma grande pena !