domingo, 24 de julho de 2011

AS RELIGIÕES E A ESPIRITUALIDADE


Li um artigo do Dr. Osvaldo Shimoda sobre preconceitos entre as religiões e seus seguidores que me fez pensar como a humanidade poderia ser feliz, se não existissem as lutas e a “concorrência” entre elas para que se tornem “proprietárias” da “Verdade” pregada pelos seus iniciadores - os grandes mestres.

O artigo do Dr. Shimoda nos faz refletir sobre a história da humanidade nessa área. Ele descreve que sempre em nome de Deus e da fé, as religiões praticaram atrocidades no mundo todo. 

Na inquisição, filósofos e cientistas como Giordano Bruno, Copérnico e Galileu Galilei, que se opuseram à visão geocêntrica, foram perseguidos pela Igreja Católica, que em defesa de seus dogmas, acusou-os de heresia ou bruxaria junto de inúmeras outras pessoas, muitas das quais foram queimadas na fogueira.

Por questões religiosas, nas guerras santas, travaram-se violentas e sangrentas batalhas, onde também inúmeras vidas foram ceifadas. Atualmente, os conflitos entre judeus, cristãos e muçulmanos, no Oriente Médio, ameaçam a Paz. Com freqüência, vemos nas manchetes de jornais e televisiva explosões de bombas em igrejas, mesquitas e sinagogas.

Ainda no campo religioso, vemos também o crescimento das Igrejas Evangélicas, cada uma interpretando a Bíblia do seu modo, e algumas dessas novas igrejas ajudando para crescente mercantilização da fé.

Apesar dos grandes avatares como Sidarta Gautama (Buda), Jesus, Krishna, Maomé e Moisés, entre outros, terem trazido grandes ensinamentos à humanidade, muitos de seus seguidores acabaram deturpando a proposta original desses mestres.

Todos esses grandes mestres pregaram o desprendimento, mas o que os seus seguidores fazem é cultivar o apego, a posse do que eles falaram. Daí é que surgem as guerras, as ofensas, as discussões infindáveis entre diferentes religiões e doutrinas e se estendem aos seus seguidores, numa fé cega e primitiva.

Imagino que todos os caminhos levam a Deus, mas muitos acham que o seu caminho é melhor do que o dos outros.

Acredito que se o homem seguisse a sua espiritualidade encontraria paz em seu coração e na alma, e estenderia ao próximo a harmonia, compreensão, e respeitaria a liberdade e a individualidade que existe em cada um.

Religião e espiritualidade são coisas distintas.  Existem inúmeras religiões, crenças e seitas espalhadas pelo mundo, enquanto a espiritualidade é apenas uma, e para entrar em contato com a realidade espiritual, não é necessariamente obrigatório freqüentar alguma religião.

As religiões são criações dos homens, são instituições com um conjunto de regras dogmáticas; muitas falam do pecado e da culpa, ameaçam, atemorizam, não indagam, não questionam, causam divisões, disputas, alimentam o ego, enquanto a espiritualidade convida o ser humano a prestar atenção à sua voz interior (intuição), a racionar, a questionar, a ver a vida de forma relativa e não absoluta sem aquela visão dualista do bem  e mal, como comumente muitas religiões fazem.

Além de todos esses benefícios, a espiritualidade traz também paz interior, é divina, sem regras, promove união, fortalece a confiança e a fé, transcende o ego e nos convida a expandir nossa consciência sobre a vida e Deus.