quinta-feira, 28 de outubro de 2010

COMO É ESSENCIAL ÊNFASE NA FUNÇÃO PATERNA

Imagine como nós, pais, somos responsáveis pelos destinos da vida dos nossos filhos. Por meio de nossas atitudes, exigências, omissões e escolhas que fazemos em seus nomes, terminamos às vezes por formar pessoas carentes, inseguras, medrosas, irresponsáveis e principalmente, aquelas que se sentem incapazes de enfrentar as lições que são apresentadas pela vida.

Como fazemos isso? Acredito que duas das causas principais são a omissão e a falta do comprometimento na vida deles. Em não estarmos atentos e de não participarmos de suas buscas, seus sonhos, suas conquistas e, sobretudo, de não caminhar ao lado no decorrer da vida deles. Na maioria das vezes elegemos nossas prioridades pessoais em nome da felicidade dos filhos, como por exemplo, conquistar uma promoção no emprego, adquirir mais um bem, conquistar mais um titulo e etc. Não que devemos deixar de buscar nossas conquistas pessoais - até por que elas nos engrandecem e nos fazem melhores. O que quero alertar é que essas conquistas não se apresentem como foco principal e prioritário nas vidas dos pais em detrimento a da família e dos filhos.

Vemos vários exemplos de filhos ressentidos e magoados com seus pais, por não terem ido assistir sua apresentação na escola, por não terem tido tempo de se ausentar do trabalho para ir a sua formatura do jardim, ensino fundamental e ensino médio, a apresentação de dança, apresentação de algum esporte, a peça teatral ensaiada por meses, a formatura da faculdade e assim vai.

Às vezes preferimos a nossa atividade laboral, a companhia de colegas do trabalho, do nosso ciclo social ou da faculdade a participar da vida dos filhos. Inferimos que ao dizer “não” a essas pessoas teremos prejuízos de prestígios, de oportunidades e de aceitação.  Na maioria das vezes esse tipo de comportamento é atribuído mais a figura paterna. 

 No livro “A Cabana“ do autor William P Young (Ed. Sextante) consta a seguinte afirmação: “... que a verdadeira paternidade faz muito mais falta do que a maternidade. Não me entenda mal, as duas coisas são necessárias, mas é essencial uma ênfase na paternidade por causa da enormidade das conseqüências da ausência da função paterna”.  

Existem diversos filmes que contém cenas de filhos (as) de todas as idades em algum tipo de celebração, apresentação e comemoração, tristes, angustiados, ansiosos e desapontados pela ausência do pai – o que nos comove. Mas, geralmente, nos instantes finais o pai aparece. Aquele filho ou filha toma ânimo e se enche de alegria, segurança, confiança e se mostra outra pessoa. Mais completa.     

Tenho em minhas lembranças cenas maravilhosas que refletem essa situação. Por exemplo: Na formatura da minha filha Patrícia. Depois de todas aquelas homenagens, chegou a hora dos parentes, familiares e amigos darem os cumprimentos. Eu fiquei na fila esperando minha vez. Mas os olhos dela eram em busca de nos localizar. Quando me aproximei para dar-lhe o abraço, sentir uma luz divina nos seus olhos e uma energia de alegria e felicidade confirmando que naquele momento ela estava agradecendo toda a energia, doação, compartilhamento, participação e a validação dos pais, naquela conquista. Acredito que naquele momento ela se sentiu completa.  E, tantas outras lembranças com nosso filho Christiano e ainda com nossa sobrinha Aline. Todos eles, em algum momento, procuraram essa nossa atitude.

Pela alegria e a felicidade da conquista de cada circunstância, e também por prepará-los com atributos para que tenham um futuro e destino brilhante em suas vidas, eles demonstram que vale a pena nos dedicarmos, doarmos, compartilharmos, nos comprometer. E principalmente validarmos suas ações, conquistas, buscas, e acompanhá-los nos momentos que tiverem os obstáculos que a vida eventualmente possa apresentar.

 Assim podemos evitar que nossos filhos sejam pessoas que nos ambientes sociais e profissionais mendigam atenção, se sujeitam aos caprichos dos outros, sejam manipulados facilmente, sejam carentes emocionalmente, sejam pessoas inseguras para dizer um “não”, e exploradas de várias formas.  Mas, que sejam pessoas completas e livres, que sabem o que querem e porque querem.

3 comentários:

  1. Sortudos os pais que lêem os seus textos com os filhos ainda crianças,ou os homens e mulheres que um dia ainda serão pais.
    Mas,por mim e por muitos,quero te pedir uma coisa,posso? Escreve uma hora para quem viveu exatamente essa ausência que vc cita.
    Se possível,escreve também como não se sentir culpado por talvez não ter feito o suficiente para que a cadeira no banco não estivesse vazia na formatura da escola,e nem o pedaço de bolo esquecido em cima da mesa no dia do aniversário.Se possível,conta também como lidar com isso...

    Bom e dificil ler seus textos as vezes..eles me lembram muitas coisas que me obriguei a esquecer,e muitas que estou aprendendo a conviver!

    Enfim,que bom que você conseguiu expor tão claramente coisas tão simples e que as vezes ninguém vê.
    Espero que venha uma safra melhor de pais por ai,e que eles leiam(e muito) o seu blog!

    Me desculpe pela enxurrada de emoções nas palavras...seu texto é o culpado!Rsrs
    Parabéns mais uma vez!

    Abraço carinhoso!

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  2. Papi, você é realmente muito atento às coisas dessa vida. Muitas pessoas feministas estudam a falta do pai principalmente na primeira infância e as consequências nas diferenças de gênero. A mulher fica dependente de aceitação emocional e o homem não consegue entrar em contato com suas emoções e com a sua intuição. O mundo precisa entrar no equilíbrio do feminino com o masculino, e isso começa em nós mesmos, no nosso interior e na nossa família.
    Camila, eu acredito que nunca é tarde para um pai ou uma mãe perceberem que erraram e que tiveram seus motivos, perdoarem a si mesmos e recomeçarem uma relação de amor e companheirismo com seus filhos. E acredito que mesmo que um deles não esteja mais aqui, o amor e o perdão não tem fronteira de vida ou morte. Que os filhos possam perdoar os erros dos seus pais, pois eu acredito, do fundo do meu coração, que cada um faz o melhor que acha que pode.

    Beijos!

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  3. Patrícia,este comentário é só para dizer: Vc está certa!Ótima suas colocações.

    Parabéns Eurípedes, pela filha inteligente que você tem!

    Abraços!

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