quarta-feira, 20 de outubro de 2010

OS DESEJOS DOS PAIS SÃO OS MESMOS DOS FILHOS!

Muitas vezes vi e ouvi alguns pais e mães dizendo que queriam que seus filhos tivessem tais e tais comportamentos em relação a eles. Queriam que seus filhos fossem mais carinhosos, atenciosos, que demonstrassem mais compreensão, que gostassem de suas companhias, que compartilhassem mais as suas vidas, que confidenciassem seus “segredos”.

Do outro lado - dos filhos - ouvi e observei as “lamentações” em relação ao comportamento dos seus pais. Os filhos também querem que seus pais tenham outros comportamentos em relação a eles.

 Na verdade acredito que ambos querem a mesma coisa: que sejam amigos e companheiros. Então por que isso não acontece, se as partes querem a mesma coisa?

Quando nossos filhos são crianças, nós estamos sempre em contato, acalentando-os, afagando-os, abraçando-os, beijando-os, dando banhos, dando comida na boca, trocando roupas. Estamos sempre os tocando.  

O toque é fundamental para a vida. Toque envolve contato. É uma experiência unificadora. É a maneira de sabermos que não estamos sós.

Veja o que dizem Myla e Jon Kabat, autores do Livro: Nossos filhos, Nossos mestres (Ed. Objetiva) sobre o toque:

“Ser abraçado com sensibilidade nos embasa em nossos corpos e desperta um sentimento de ligação. Desperta-nos para nós mesmos e para o outro. A totalidade do ser de uma criança é honrada quando ela é tocada com consciência, sensibilidade e respeito.”  

No entanto, à medida que nossos filhos vão crescendo, tomando forma de adulto e manifestando sua individualidade, nós, pais, vamos perdendo o contado físico, nos afastando fisicamente. E as conseqüências dessa perda é o afastamento emocional, a perda da intimidade, da liberdade de nos dirigir a eles de forma natural.      

Vamos nos distanciando emocionalmente um dos outros. Os pais sentem os filhos distantes de suas vidas, por outro lado os filhos também se sentem abandonados e preteridos as prioridades de seus pais. 

Vamos deixando de nos tocar, de ter o contato físico, e ficamos distantes uns dos outros.

Acredito que os filhos são movidos, alimentados, energizados e formados pela energia que seus pais os envolvem, enviam e manifestam a eles por meio de comportamentos, conduta e ação. 

Os filhos necessitam de ser aceitos pelos seus pais, de sentirem que são prioridade na vida dos pais, precisam que sua vida seja validada pelos pais, precisam se sentir compreendidos. Mas, ao mesmo tempo, precisam que os pais os vejam como adultos, capazes, responsáveis e que possam tomar suas próprias decisões.  

Na prática, acredito que devemos ter uma maternidade/paternidade atenta. Atenta aos sentimentos, emoções, preocupações, angustias, ansiedade e as demais manifestações de comportamentos e de busca dos filhos, sejam elas de cunho positivo ou negativo.

De forma que eles se sintam amparados pela confiança e admiração dos pais. Que percebam, também, que tem liberdade e confiança de se dirigirem aos pais para ouvir nossas opiniões. Sem críticas, julgamentos, reclamações e lamentações. Acho que assim eles se sentirão seguros, fortes, confiantes, decididos e honrados. Somos os seus Guardiões.

5 comentários:

  1. Comentário da minha filha Patricia.

    Papi, que lindo texto!
    Os pais têm falta de saber como lidar com seus filhos, mesmo que lhes sobre vontade.
    Eu, como estudante de psicologia, percebo o quanto de informação lhes falta, e o tanto que ter um filho é reviver sua própria vida, desde bebê. Muitos de nós não estamos preparadas para nos rever com tanta intensidade. Seria preciso que a criação dos filhos fosse um assunto constantemente conversado, discutido, debatido, compartilhado entre as pessoas para que a experiência de umas ajudassem as outras. Deveria ser um assunto sempre revisto a atualizado, de maneira universalizada. E acho que os seus artigos neste blog estão contribuindo pra isso!

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  2. De fato. O toque une as auras. Isso me lembra um seminário onde jovens davam relatos sobre problemas superados e um deles contou que, quando era criança e se jogava no colo da mãe ou do pai, levava uma bronca daquelas..!, Quando se escostava na mãe, que estava vendo TV ou conversando, ela empurrava, com os dizeres: "sai menino chato" ou "que mania...desgruda de mim" e afirmou que foi por isso (por solidão e abandono) que ele começou bem cedo a usar drogas.Levei um susto, pois percebi que EU estava com a mesma mania. Nunca mais rejeitei meus filhos e passei a retribuir seus abraços, suas "pregueiras".
    Minha filha disse algo que me fez pensar. Ela disse que os pais são "O Primeiro Amor". Se perdemos este primeiro amor, a tendência é não mais acreditar nele, daí se torna fácil não ter amor à vida e não sentir o amor de Deus.
    É muita responsa, né?

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  3. Mais pais deveriam ler seu blog...sério!

    Eu tenho muito a falar,mas toda vez que venho em seu blog só tenho vontade de ficar calada,te ouvindo!

    Uma hora vou ser mãe,e vou colocar em prática todas as boas lições que tenho aprendido aqui,tanto como filha,tanto como alguém que um dia será mãe!
    Obrigada por compartilhar seu conhecimento!

    Abraços apertados e carinhosos,(como os que já dei em meu pai)!

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  4. Esse Comentário da Camila é animador para eu continuar com esse projeto do Blog. Obrigado Camila!!!

    Eurídes,oláa!!!!
    Que bom receber um email seu!

    Obrigada por conseguir ver tudo isso nos meus textos,...meu cantinho.
    Ali é exatamente isso:meu cantinho,onde meus medos e sonhos,projetos,pensamentos e quem sabe até revoltas são escancarados!

    Seria mesmo muito bom conversar com vc sobre nossos textos um dia,mas acho que eu iria muito mais te ouvir do que falar...
    Vc não tem idéia do quanto é bom vc ter feito um blog e colocar-se ali pra falar de coisas que todo mundo sabe da importância mas que as vezes,ninguém se dispõe a discutir/comentar.
    Já ouvi falar em vc,e da pessoa que vc é,e é muito bom poder ter um pouco desse contato,aqui pela internet...o mundo está mais orfão de pais do que podemos imaginar.As famílias já não tem mais a estrutura de antigamente,e mesmo que as pessoas se julguem modernas,faz muita falta isso!
    Enfim,obrigada!

    E eu senti seu abraço!

    Deus levou meu pai,mas me deixou uma mãe maravilhosa e muita gente boa ainda no mundo...Amém!

    Abraços!
    Continue escrevendo...sempre!
    A humanidade(e eu) agradece!Rsrs!

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  5. Este comentário é da minha filha Patricia. Ele me anima e é de responsabilidade para eu continuar...


    Eita Papi, que coisa boa!!!!

    Eu tbm fico muitíssimo feliz por que vc está esparramando sua luz por este universo e levando amor pra todxs pelos seus textos. Nas suas orações, peça que deus ilumine e dê compreensão para as pessoas que leem seus textos.

    Sem falar que tem muita gente que entra, lê, e não faz comentário, então, imagine esta luz se expandindo até cobrir toda a humanidade!

    Que lindo...

    Beijos, Papi!

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