quarta-feira, 26 de outubro de 2011

NOSSA VIDA É ÚNICA!

                                   
   "Todo mundo é único. Não se compare a qualquer pessoa,  para não estragar os desígnios de Deus."                                                                                                                                                                                                                                                                                                       
                                                                                                                                                                                         Baal Shem Tov 
Durante uma conversa entre duas jovens senhoras falando de uma terceira pessoa, ouvi uma delas questionar com toda energia: “Por que tenho que ouvir e saber que a vida dela é sempre boa, a sua família e seu casamento estão sempre bem”?  E continuaram a conversa  seguindo nessa linha. 

Não é incomum esse sentimento entres as pessoas – sejam elas colegas de trabalho, de escola, da faculdade, vizinhos, amigos e principalmente entre os familiares – irmãos, primos, netos, tios, sobrinhos, noras, genros, sogros, sogras até mesmo entre pais e filhos, mesmo que de forma bem sutil.

Acredito que todos nós já tivemos esses sentimentos. Quantas vezes nos pegamos sentindo essa “inveja” seja ela com menor ou maior intensidade. E também quantas vezes somos vítimas de outras pessoas com tais sentimentos em relação a nossa vida.

Imagino que quando se demonstram tal sentimento, “a inveja”, na verdade estão acreditando que realmente a outra pessoa tem uma vida melhor.

De onde vem esse sentimento? Na minha visão somos educados para viver em um ambiente de competição e comparação das conquistas.  Quando criança, a nossa aparência física, a nossa capacidade de aprendizado e a nossa inteligência são comparadas com a dos nossos irmãos, primos, filhos dos colegas dos nossos pais, filhos dos vizinhos e etc.

E continuamos a fazer essas comparações conscientemente ou inconscientemente na adolescência e seguimos  na vida adulta comparando com todas as pessoas que conhecemos e convivemos em diversos ambientes de relacionamentos de nossa vida. 

Isso por que  fomos treinados desde a infância ter esse comportamento.

Passamos a observar que pessoas ou membros de nossa família que viveram nas mesmas condições, no passado, que as nossas, seguiram rumos diferentes em suas vidas. Ou que aquela pessoa ou família sempre pareceu ter mais sorte que a nossa. 

Imagino que é aí que aparece um sentimento de injustiça na mente das pessoas.

Mas, para mim, não existe injustiça. O que as pessoas têm é o que merecem - coisas boas ou ruins – sejam nos relacionamentos, saúde, bens materiais, conquistas profissionais - nossas ou de nossos descendentes. Tudo por merecimento. Ninguém tem nada que não mereça. Nada por acaso. O Universo, a Natureza, Deus é sempre perfeito e justo.

Por que então essas diferenças nas vidas das pessoas e de suas famílias?

Acredito que, além da nossa formação no seio da família, quando nascemos recebemos de nossos antepassados grande carga de informações nos nossos DNA’s que vão contribuir para a formação de nossa personalidade, caráter, crenças e como conseqüência formar o nosso “destino” seja para uma vida de realizações ou uma vida com grandes dificuldades.

São informações relacionadas às crenças religiosas, econômicas, financeiras, moral, de caráter, costumes regionais, limitações, carências, abandonos, sentimentos de disputas, poder e etc.

Como vamos trabalhar e tratar essas informações cabe a cada um de nós, através da nossa capacidade de perceber e selecionar o que realmente pode contribuir para uma vida melhor nossa e de nossos descendentes.

Segundo os estudos das Constelações Familiares - criado pelo filósofo Bert Hellinger – temos a tendência de recriar os mesmos sistemas de pensamentos, atitudes e crenças de nossos ancestrais.

Obviamente, nossos antepassados viveram em épocas distintas a nossa, onde suas crenças e conhecimentos eram adequados às referidas épocas em que viveram. Assim como o que estamos vivemos neste momento, para nossos descendentes muitos destes conhecimentos e crenças não terão mais sentido.

Se recriarmos os sistemas de crença dos nossos ancestrais de pensamentos negativos, carências, críticas, lamentações, pessimismos e julgamentos de pessoas e da vida certamente teremos uma vida com resultados nebulosos e sombrios.

Muitos descendentes com respeito, sabedoria e amor souberam selecionar, rejeitar e trabalhar sistemas de crenças recebidos de seus ancestrais em seus DNA’s que pudessem criar obstáculos para seguirem em frente. Visaram uma vida mais iluminada para si e para seus descendentes. Formaram famílias maravilhosas, equilibradas, amorosas e espiritualizadas utilizando o amor que receberam. 

Nosso dever é dar continuidade ao aprimoramento e seguir a vida iniciada por aqueles que no passado fizeram o melhor que podiam. Utilizando as crenças positivas e iluminadoras que recebemos e descartando as crenças que na atualidade não fazem mais sentido, por estarem obsoletas para o estagio em que se encontra a evolução da humanidade.

Para isso, a busca do autoconhecimento, da evolução espiritual, moral, intelectual, da  liberdade para pensar, agir, sonhar e de ser, pode nos livrar de sentimentos de carências, rejeição, vítimas e injustiça e nos levar para uma vida de compreensão, sabedoria, amor e a aceitar as pessoas, a vida e o mundo como realmente são. Sermos livres.