sexta-feira, 10 de junho de 2011

FAMÍLIA: COMO VOCÊ SE RELACIONA?


Conversando com um senhor aposentado que conheci recentemente, sobre família, ele me contava com tristeza e angustia seus sentimentos em relação ao tratamento que recebia dos filhos.

Segundo esse senhor, o primeiro filho atualmente com 35 anos de idade mora em São Paulo e trabalha como gerente em uma grande empresa transnacional e o segundo com 32 anos de idade é professor universitário e mora em Brasília.  São casados e profissionalmente bem sucedidos. 

Qual o tratamento que o senhor recebe? Questionei. Nas suas palavras a indiferença e a rejeição. Perguntei como ele foi como pai. Sua resposta: procurei ser melhor que pude. Percebi que a "prosa" o magoava, então procurei encerrar o assunto.

Fiquei imaginando quantos pais e mães se sentem rejeitados, "abandonados" e sem a admiração dos seus filhos, após eles ficarem adultos e se sentirem capacitados, realizados profissionalmente e independentes.

Na maioria das vezes, o que permitiu essas conquistas foram os esforços, a determinação, a coragem e a "luta" dia e noite desses pais e mães para verem seus filhos realizados e felizes. 

Lembrei-me de uma entrevista com um jovem sobre o seu "sucesso" profissional e pessoal. Ele falava cheio de entusiasmo. Durante o programa ele foi perguntado sobre a contribuição da família naquela conquista. Afirmou que conseguiria da mesma forma com ou sem essa contribuição. Justificou afirmando que era adulto e seus pais não tinham os mesmos conhecimentos e capacidade de entendimento sobre as "coisas" modernas. Todos participantes daquela roda de bate-papo ficaram surpresos e perplexos com essa resposta. 

 Imagine qual será o tratamento que o pai e mãe recebem desse jovem?   

Uma assídua e jovem leitora escreveu com sensibilidade e originalidade no seu blog “Meus textos, minhas idéias, minha vida” um texto com o titulo: ALGUÉNS. Esse artigo nos faz parar e avaliar nossos relacionamentos e a prioridade que damos nas relações que nos fez chegar até aqui e ainda nos permite seguir adiante. Com a permissão da autora descrevo parte do trecho do artigo e informo o link para que os caros (as) leitores (as) possam apreciar: 

"No espaço deste alguém, nunca houve tanta coisa que não pudesse ser deixada de lado se o caso em questão fosse arrumar um espacinho pra você.
Esse alguém na realidade são "alguéns". Esses alguéns, chamam-se família.
Pra onde você olha quando tudo vai mal.
Pra onde você corre quando o mundo parece ruir.
Onde, o lugar jamais será pequeno demais para não caber você!" 
Os Autores Dannion e Kathryn Brinkley afirmam em seu livro “Tão Longe de Casa”, que profissionais e voluntários que lidam diariamente com doentes em estágio terminal percebem que ninguém prestes a deixar este mundo se arrepende de não ter acumulado bens materiais, não ter alcançado vários títulos, não ter tido diplomas.

No entanto uma das reclamações e preocupações mais comuns dessas pessoas são arrependimentos dos relacionamentos mal vividos e as atitudes sem a demonstração de amor com seus familiares, principalmente com seus (as) filhos (as) e esposos (as) que poderiam ter amado mais, respeitado mais, compreendido mais, abraçado mais, e se doado mais, assim poderiam morrer de forma mais tranqüila sem angustias, tristezas e arrependimentos. Alguns desejam profundamente, antes mesmo de ir, mais uma oportunidade. Acredito que seja doloroso esse sentimento.    

Também acredito que alguns pais e mães contribuem para o afastamento físico e emocional de seus filhos. Quando criticam, julgam, subestimam, cobram posturas e comportamentos iguais ou parecidos aos seus, não respeitam suas escolhas, suas preferências e as individualidades. Essa postura dos pais contribui para o distanciamento.

Por outro lado pais que estão atentos procuram aceitar e respeitar seus filhos pelas suas escolhas, natureza, individualidade e personalidade contribuindo para um convívio harmonioso e amigável.

O resultado são filhos e filhas amorosos e atenciosos com seus pais e mães.
Sentem orgulho das trajetórias e caminhadas de seus pais. Dos seus ensinamentos, de suas experiências, seus exemplos, suas participações em suas vidas, das suas buscas. Esses filhos se sentem realizados e completos diante de suas famílias e do mundo.     

A correria e agitação da vida atual contribuem bastante para nos distanciar dos membros de nossa família. Os encontros são escassos e rápidos. Se nós negligenciarmos e permitirmos, esse distanciamento nos faz perder a liberdade e intimidade com nossos filhos.

Na minha experiência como pai e esposo aprendi a ficar atento aos comportamentos, atitudes e os sentimentos de cada membro da família. Às vezes percebo a necessidade de chegar mais perto de um especifico e/ou de toda a família simplesmente por que nos sentimos distantes nos momentos dos abraços, nas conversas ou mesmo no distanciamento físico prolongado.

Procuro assim tomar a iniciativa de sintonizar as nossas energias e sentimentos de amor, compreensão, harmonia e envolvimento emocional.  Assim podemos criar um circulo de energia positiva e de confiança. O Ambiente fica propício para manifestarmos nosso amor com segurança e harmonia.  

Confesso que não é uma tarefa fácil principalmente depois dos filhos adultos, casados e responsáveis pelas suas vidas. Mas acredito que nós, pais e mães, continuamos com a missão e a responsabilidade em ser fonte de energia, sabedoria, referência e exemplo onde eles possam recorrer nos momentos difíceis e de crise e se inspirar para dar continuidade as suas vidas.

A esses pais e mães que sentem a indiferença e a rejeição dos filhos, quero dizer que assumimos uma missão de aceitá-los como filhos, e acredito que eles vos amam e confiam. Ainda estão caminhando para descobertas interiores sobre si e suas origens. Paciência!

Eles confiaram na gente, e assumimos essa Missão espiritual e grandiosa.