terça-feira, 30 de novembro de 2010

SOZINHO É MELHOR? MAS O CASAMENTO TEM SIGNIFICADO ESPIRITUAL.


"O amor é a lei de Deus. Vivemos para poder aprender a amar. Amamos para aprender a viver. Nenhuma outra lição é exigida do homem” 
 - Mikhail Naimy



Recebi por e-mail uma entrevista concedida à revista Veja pelo médico psiquiatra Flávio Gikovate, autor do livro Uma História de Amor... com Final Feliz, dentre outros, sobre sexualidade e matrimônio.  O titulo da entrevista é: Não precisa casar. Sozinho é melhor.

Achei interessante por que mesmo que eu tenha lido, acompanhado e presenciando muitas críticas sobre o casamento, de especialistas sobre o tema, de estudiosos do comportamento humano, de psicólogos, de pessoas casadas, descasadas e solteiras, ainda assim, percebo que a grande maioria deseja e sonha ter alguém para compartilhar a vida e/ou formar uma família.

Imagino que a posição do Dr. Flávio Gikovate em relação ao casamento esteja inserida somente no campo emocional e intelectual do ser humano. Vivemos num período da humanidade que os valores estão ancorados nas disputas profissionais, na posse material, no poder e no prestigio social. Em um ambiente “que vença o melhor”.

Porém, somos Seres Espirituais vivendo nossas experiências humanas em um mundo tridimensional. Um mundo ainda “primitivo”. Nossos conhecimentos, ainda, são limitados, devido a vários fatores que, por enquanto, não temos a compreensão nem a sabedoria para entender. 

Os estudos da física Quântica e de espiritualistas demonstram que ainda somos “primitivos”, em muitos aspectos, como por exemplo, em nossos relacionamentos pessoais, na comunicação, nas manifestações das emoções e sentimentos. Transmitimo-los de forma limitada e distorcida por meio de palavras, gestos e da fisionomia, enquanto outros, seres multidimensionais, o fazem por meio de ondas telepáticas e por energia positiva de forma “limpa”. E com fidelidade, honestidade, sem medos, nem críticas e sem interesse de ocultar por trás de palavras as verdadeiras intenções. 

É nesse cenário “limitado” que vivemos e convivemos os nossos relacionamentos com mundo, com as pessoas, com as coisas, com a natureza, e com Deus. Somos influenciados por sentimentos negativos - rejeição, medo, solidão e abandono - criados e impostos pelas famílias, pelas crenças, pela cultura de cada geração, pelas religiões, e assim somos guiados e orientados pelos interesses de terceiros. Esquecemos da nossa verdadeira natureza – Ser Espiritual.    

Mas, por outro lado, a Natureza, a Criação e a Vida sempre direcionam para Luz, para Perfeição, para Evolução. E nós seres humanos somos parte desse processo – somos criação do Divino. E dentro de cada um de nós existe, consciente ou inconscientemente, o desejo, e a necessidade de ir em direção a essa Luz, a essa Evolução. Fomos criados para seguir sempre em frente.

E uma das formas de fazermos parte desse processo e seguirmos em frente no caminho da evolução são os nossos diversos tipos de relacionamentos, cujo objetivo e propósito principal são aprender a manifestar os diferentes tipos de Amor. Até chegarmos a amar incondicionalmente todas as pessoas, coisas e seres, independente de qualquer relação parental ou de interesse conosco. 

Imagino que devido ao estágio atual e limitação de conhecimento que nos encontramos, a forma inicial mais adequada de relacionamento que Deus nos propõe é a relação parental, a família – pai, mãe e filhos. Neste ambiente somos provocados a aprender, a aceitar, a compreender, a se doar, a ter paciência, a receber e dar amor. Temos a oportunidade de sentir todas as emoções humanas, sejam elas positivas ou negativas. É um dos maiores aprendizados.

E num segundo estágio de relacionamento - o casamento – formação da nossa própria família. Onde passaremos a aplicar com as adaptações da nossa geração, novos paradigmas, novos conceitos religiosos, novas crenças, nossa “fé”, regras sociais e culturais.

Sempre buscando dar um passo a mais e melhor na evolução, seja emocional ou de conquista material, mas acredito que a busca maior, mesmo inconscientemente, é a conquista Espiritual. É aprender a lidar com essas energias.

O casamento, realmente, é um dos relacionamentos mais complexos da relação humana. Temos que conviver com pessoas sem nenhuma relação consangüínea, formadas em ambientes diferentes, formação cultural familiar diversa e por aí vai.  Dentro desse cenário pouco amistoso, por que então nos casamos? Imagino que buscamos vivenciar o mais importante na criação humana - uma dádiva de Deus – O Amor. Não o amor romântico, mas sim o Amor Divino – Eterno. 

É esse Amor que nos faz movimentar, nos faz caminhar, nos faz superar, nos faz enfrentar obstáculos pelo outro, nos faz superar nossos limites e nos impulsiona para a evolução.

Por esse Amor queremos compartilhar, nos comprometer, nos doar, demonstrar nossa dedicação ao nosso cônjuge e aos nossos descendentes – filhos e netos.  Para isso procuramos ser melhores, honestos conosco e com os outros, sermos fieis em nossas buscas. Procuramos conhecimento, sabedoria, e criar um ambiente em que todos possam se sentirem aceitos e amados.

Então, para mim, o casamento será sempre uma busca do ser humano, seja ele no formato que for. Pois cada época tem o seu formato adequado. É uma oportunidade excepcional de aprendizado espiritual. Com isso não quero afirmar que todos devem casar. Imagino que cada um de nós tem nossas missões definidas, planejadas e orientadas para nossos aprendizados conforme a necessidade, a capacidade e o nível de evolução.

Mas, nessa busca existe algo muito importante e essencial para a felicidade, harmonia e paz na alma e no coração de cada membro da família – o respeito à Individualidade – principalmente entre os cônjuges e se estende aos outros membros da família - aos filhos e eventualmente aos netos, se estes já estiverem presentes.

Existem pessoas que não tem a necessidade de passar pelo “curso” pelas “lições” e aprendizados desse tipo de relacionamento - casamento. Talvez estejam mais a frente que muitos de nós ou ainda não chegou o momento adequado. 

Posso afirmar que o propósito do casamento não é de forma alguma o sofrimento, as disputas, as batalhas entre cônjuges, as angústias, a solidão acompanhada. Acredito que seja uma das maneiras de nos aprimorar e manifestar o Amor. É uma “escola de ensino superior”. E quem não quer se diplomar em mais conhecimentos?  E ter uma visão maior sobre a vida, as pessoas, o mundo e se preparar para o próximo passo da vida – a Evolução Espiritual?

 Pode ser por isso, mesmo inconscientemente, a busca constante das pessoas que querem ter seus parceiros, companheiros e formar suas famílias. É um aprendizado grandioso. Mas cada um tem seu tempo para cada aprendizado. Sua busca e seu entendimento.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

SOMOS LIVRES PARA SERMOS FELIZES NO CASAMENTO!

 Fiz recentemente uma viagem ao litoral do nordeste brasileiro, e estava numa daquelas tardes que ficamos observando como as pessoas se relacionam consigo mesmas, umas com as outras, com a natureza, com as coisas, e quais são as emoções que essas pessoas conseguem demonstrar, transmitir, ou imaginam que estão ocultando, maquiando e manipulando para si e para os outros esses sentimentos.

Nesse momento, se aproximou de mim um senhor de uns setenta e cinco anos de idade, de movimentos muito lentos, e começamos a conversar. Observei que tinha estudo, não era uma pessoa sem conhecimento.

Após os cumprimentos iniciais, a primeira frase que este senhor me falou foi: “Sinto uma solidão muito grande. Uma solidão profunda” e deu para ver em seu rosto o sentimento mais profundo de abandono. Indaguei sobre sua família – esposa e filhos. Ele me contou como era seu relacionamento com a esposa e filhos.

 Ela, a esposa, morava numa cidade do interior do estado e ele em um apartamento na capital, e passavam até seis meses sem se encontrarem. Na avaliação dele o máximo que conseguiam ficar juntos, sem que ela o humilhasse, o inferiorizasse, reclamasse e o desqualificasse, era uma hora. Então para ele era muito dolorido e às vezes depressivo ir encontrá-la.

E quanto aos filhos? Perguntei. Os filhos, no total de sete, passavam mais de ano sem procurá-los, tanto ele, pai, como a mãe. Algumas vezes os encontravam por acaso. Numa dessas ocasiões descobriu que tinha uma netinha com dois anos de idade.

Segundo ele, não culpava os filhos, nem a nora e nem o genro, e sim a vida que ele levou sem compartilhar com a família, e por desamor a esposa. Por outro lado, a esposa por ter uma personalidade arrogante, dura, dominadora e insensível tanto com a família como para as pessoas em geral.

 Os dois – esposo e esposa - vivem na completa solidão segunda a conclusão desse senhor. Ele demonstrou, ainda assim, um “orgulho” por não ter se divorciado/separado da esposa. Por que eram casados na igreja, eles não podiam se separar. Foi assim que o religioso da igreja deles os orientou. “Eles não podiam e nem queriam viver em pecado e nem serem castigados por Deus”.

Conversamos mais alguns assuntos e ele foi embora.  Fiquei pensando sobre esse senhor durante horas e ainda hoje penso. E me pergunto: quantos deste senhor e senhora existem pelo mundo?

Na minha avaliação acho uma maldade esse tipo de “orientação religiosa”, falta de Sabedoria e Amor. Esta família – pai, mãe e filhos - poderiam ter uma vida feliz. O pai e a mãe poderiam recomeçar suas vidas formando outra família.  Encontrarem outras pessoas e iniciarem uma vida harmoniosa, feliz, com respeito a si próprio e os outros. Esses filhos poderiam ter pai e mãe alegres, realizados, felizes, e visitá-los em seus lares, com sentimentos de amor e admiração pela coragem, dos pais, em reavaliar a vida e decidir pelo um caminho melhor, pelo amor, pela sabedoria e pela vida.   

Existem milhares ou mesmo milhões de casais, no mundo, que descobrem que a primeira decisão do casamento com aquela pessoa foi um engano ou era necessário aquele aprendizado, aos dois, até aquela etapa. E decidem romper os laços do matrimonio, mas não da amizade, do respeito a si e ao outro e preservando a vida dos filhos num ambiente de harmonia, paz, lealdade e honestidade consigo e com o outro. E saem do relacionamento mais sábios,  mais completos e prontos para um novo ciclo da vida.

Sem se importar com regras, dogmas, tradições culturais, “leis” criadas dentro de instituições, sejam elas religiosas, filosóficas ou institucionais.  Seguem somente a lei do Amor e do respeito em beneficio ao futuro dos membros da família, principalmente aos filhos e seus descendentes.

Analisando a vida dos membros dessa família - pai e mãe - na profunda solidão e abandono demonstram verdadeiros rivais, inimigos não declarados, com ressentimentos, magoas, e tristezas. Por outro lado os filhos sem a companhia e amizade do pai, sem o aconchego e dedicação da mãe, e os netos sem o carinho e o amor dos avôs.  Isso para mim é o pior dos pecados, o pior dos castigos.

Não acredito que Deus um ser Divino com os atributos da Sabedoria, Amor e da Vida exija tamanho sofrimento que possa marcar profundamente as almas e corações dos seus filhos. Só posso acreditar que isso seja invenção do homem, que através do medo, impõem aos seguidores religiosos regras, leis e dogmas, e assim controlar vida e alma dessas pessoas.   

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O PORQUÊ DE HOMENAGEAR OS NOSSOS PAIS


Uma assídua visitante do Blog, em seus comentários, demonstrou que os artigos sobre relacionamentos entre pais e filhos deixam leitores reflexivos e os faz viajar em si mesmos, tentando entender, aceitar e mudar qualquer mal que esse tipo de relacionamento no passado possa ter causado.

Com o propósito de contribuir com esses filhos que, de alguma forma, se identificaram com os conteúdos dos artigos e despertaram sentimentos de rejeição, mágoas, ressentimentos, abandono e desprezos pelos seus pais, quero mostrar-lhes que podemos adotar medidas e atitudes para que possamos entender e compreender os “porquês” do comportamento, da omissão, da rejeição, do afastamento, da ausência, da discriminação e da violência psicológica por parte dos pais.

A mente humana tem a tendência de registrar e relembrar com ênfase dos acontecimentos, de nossa vida, que mais nos marcam de forma negativa.  Deixando à margem do nosso subconsciente os momentos positivos, como o amor que recebemos, os elogios, os abraços, os carinhos, os olhares de ternuras, admiração e as palavras de incentivos que nossos pais, no percurso da vida, nos brindaram, mesmo que de forma discreta e as vezes quase imperceptível. Mas, acredito que esses sentimentos estavam ancorados em seus corações e suas almas.

Podemos questionar por que então, eles, nossos pais, não demonstraram de forma explícita, esses sentimentos positivos. Ao contrário, os sentimentos negativos foram expostos, alardeados aos quatro ventos, somados às vezes à raiva. E ainda aqueles sutilmente omitidos, mas nem por isso deixaram de marcar nossas almas, como por exemplo, a omissão, a ausência, a impaciência, a falta de companheirismos e falta de respeito.

Todos nós somos formados pelas experiências que vivenciamos no decorrer de nossas vidas, e são elas que nos impulsam e nos orientam para nossos comportamentos e reações emocionais no futuro como pessoas e adultos. E não foram diferentes para nossos pais.

Para entendê-los, nós filhos, devemos procurar e buscar a origem - o gênesis - de onde vem a causa de muitas atitudes ou falta delas.

Podemos tomar a iniciativa de procurá-los com objetivo de saber como foi a vida dos pais deles - nossos avôs -, quais as crenças da época, quais as imposições religiosas, a cultura, as limitações materiais, quais eram os medos da geração, quais eram as buscas e sonhos dos nossos avôs e quais os sentimentos, impressões e ensinamentos que foram passados para nossos pais. Quais foram as marcas positivas e negativas que ficaram registradas em suas almas que influenciam suas vidas até os dias de hoje.

E ainda a existência, até os dias atuais, para alguns pais, da limitação de exercer a paternidade em sua plenitude, imposta pela cultura ou pela própria mãe, que impossibilitou a presença e participação na vida dos filhos. 

Com essas informações podemos nos colocar no lugar de nossos genitores, podemos avaliar seus sentimentos, suas angustias, seus medos, inseguranças, incertezas e muitas vezes, a solidão que sentiram numa época de muitas limitações culturais, intelectuais, materiais e emocionais, quando demonstrar os sentimentos de afeição, ternura e amor, era tido com fraqueza. Para que se demonstrassem fortes, não ensinaram demonstrar suas emoções.

Descobriremos que esses sentimentos, nossos pais trouxeram registrados e marcados em suas mentes e almas. Ainda, assim, acredito que muitos deles tentaram ser melhores, por amor aos seus filhos. Apenas não conseguiram. 

E esse formato foi transportado para a próxima geração, talvez um pouco mais elaborado. Mas, ainda insuficiente para trazer felicidade a todos.  

Questione: Como eles poderiam nos dar algo que não lhes foram dado?

Agora, nós filhos atuais, podemos recomeçar reconhecendo o direito dos nossos pais as suas limitações, seus medos, inseguranças, “ignorância” e a partir de agora aceita-los com seus erros e falhas do passado.

Podemos homenageá-los, compreendendo-os e aceitando-os como vencedores. Mesmo os filhos daqueles pais que já se encontram falecidos.  E ainda, nós, dessa geração, dando passos à frente procurando aprender com as histórias e as experiências dos nossos antepassados, melhorando como pessoa e alma, para que nossos descendentes tenham um caminho melhor. Não culpando ninguém seguiremos em frente sem culpados.  

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

PAIS E FILHOS. PODEMOS SEMPRE RECOMEÇAR

Os assuntos dos artigos anteriores - relacionamentos de pais e filhos - o objetivo principal era abrir discussões sobre uma maternidade e paternidade atenta aos sentimentos, buscas, emoções, respeito à individualidade e sonhos dos filhos. No entanto, na minha percepção, pelos comentários ou pela falta deles, acho que trouxe sentimentos de culpas, fracassos e arrependimentos, para alguns pais. Posso afirmar que o objetivo dos artigos não buscava despertar esses sentimentos negativos.

Diante da circunstância quero expor, para discussões, como nós pais podemos lidar com nossas eventuais falhas, erros e omissões nos relacionamentos com nossos filhos.

A vida é feita de relacionamentos. Temos relações com tudo o que nos cerca. E esses relacionamentos são grandemente influenciados pelos relacionamentos que tivemos quando criança, com nossos pais e os adultos que nos cercavam.  Reagimos da mesma forma que reagiam conosco em termos positivos e negativos.

Não que nossos pais e os adultos que nos cercavam são culpados por isso. Eles agiam e se comportavam da forma que aprenderam nas suas vidas dos seus professores – os pais e da vida - e avaliavam como certos. Na verdade todos nós somos vítimas de vítimas. Eles, de forma alguma, poderiam nos ensinar algo que não sabiam.

Mas, também não podemos estagnar nossa vida no passado justificando ou culpando nossos pais. Mesmo por que acredito que eles fizeram o que sabiam e podiam, de acordo as circunstâncias e suas limitações da época. Acredito que se pudessem fariam de forma diferente para alcançar resultados melhores. 

Nós, pais atuais, se erramos ou ainda não tínhamos despertado para os novos conceitos e a nova realidade, devido ao que aprendemos no passado com nossos pais, ainda há tempo para que possamos conquistar, acolher, abraçar, aconchegar, ser companheiro e amigo dos nossos filhos.

Podemos iniciar contando nossa historia, como foi a vida dos nossos avôs, nossos pais e a nossa. As buscas, as limitações, a cultura da época, a forma de educar a família, as limitações dos recursos materiais, a exigência da religião, as crenças, os costumes e etc. Fatores que influenciaram a formação do caráter e que terminaram por limitar as demonstrações de emoções, a sermos mais livres, mais exigentes com a gente e com eles.

 Acredito que nossos filhos nos compreenderão e entenderão o porquê de muitas de nossas atitudes, comportamentos, omissões, medos, inseguranças e falta às vezes de demonstrar compreensão, tolerância,   carinho, amor, e outras emoções em relação a eles, à família e à vida. 

Acredito que assim podemos nos aproximar com mais honestidade e lealdade dos nossos filhos. Eles saberão que “o problema” não é a existência deles, que não é porque não os amamos. É por que temos um histórico, que vem dos nossos antepassados, e que cada geração está procurando aprimorar.  Sentirão que também fazem parte desse processo que se iniciou há muitas gerações passadas. 

Acho que se sentirão mais envolvidos, comprometidos, e buscarão compartilhar e colaborar conosco, avaliando que esse aprendizado será importante para ambos, pois definirá a vida dos seus descendentes. Assim, juntos, pais e filhos, trilharão um caminho de comprometimento, amizade, entendimento, respeito, admiração, amor e ternura. Cada qual no seu papel.

O resultado, acredito, será mães e pais mais aliviados, mais livres, alegres, e se realizando com a sua missão. E por outro lado filhos companheiros, responsáveis, comprometidos com a família, seguros e solidários com seus pais e as demais pessoas.

Não existindo culpas, não existirão culpados. E seremos todos livres.    

RELIGIÃO X RELIGIOSIDADE


Religião - Esse tema talvez seja o mais controverso de toda historia da humanidade. Acompanhando a historia vemos que desde os primórdios da criação da religião encontramos algum tipo de violência contra o ser humano por professar ou não alguma religião.

Não que o objetivo da criação da religião seja a discriminação. Mas essa atitude e sentimento de alguns seguidores religiosos termina gerando algum tipo de segregação, promovendo a violência, desarmonia e perseguição aos que professam  uma fé diferente da sua.

Acredito que o objetivo primordial da religião é que seja utilizada como instrumento dos homens para conhecer, entender e utilizar as leis mentais, espirituais, universais e da natureza humana. E que os grandes líderes religiosos em várias partes do mundo, em épocas diferentes e de acordo com a cultura, costumes, capacidade de entendimento e espiritualidade de seu povo, passaram os ensinamentos do Amor, da compaixão, do perdão, da doação e de que a Vida de Deus está dentro de cada um de nós. E assim termos condições de manifestar o Amor Divino em nossa vida cotidiana, com sabedoria e amor, tendo como base a liberdade, de acordo com nossa consciência e livre-arbítrio.  

   Estamos vivendo no século XXI e ainda hoje presenciamos pregações religiosas disseminando “MEDO” em seus seguidores. Deixando-os reféns daquela instituição religiosa. Esses seguidores ficam aprisionados mentalmente, emocionalmente e, sobretudo espiritualmente. Deixam de seguir seus corações, sua intuição e de buscar conhecimentos e sabedoria em outras fontes, e assim aprender, comparar e também perceber as mudanças – a evolução espiritual - que ocorrem constantemente nas pessoas, na natureza e no universo. Muitos desses seguidores ficam “cegos” e alienados. Isso, na minha visão, é uma fé primitiva. Estas só aceitam e vêem algo que está próximo de seus olhos embaçados pelo “Medo” de serem rejeitados, criticados e “perseguidos” por algo que lhe disseram que só esse ensinamento é correto e fora disso estão no caminho do mal e serão condenados para a eternidade. Assim deixam de lado a própria espiritualidade.  Esse é um método utilizado desde a idade média por algumas religiões e ainda persiste nos dias atuais.

 

Nesse contexto, muitos vão levando a vida. Mas, existem conseqüências. Não vivemos sós. Vivemos cercados de pessoas de todas as personalidades, costumes, crenças, culturas, espiritualidades, raças e credos. Nesse ambiente, encontramos nossos familiares, parentes, filhos, irmãos, tios, pais, amigos e etc. São pessoas que amamos, admiramos e contribuíram de alguma forma para que nossa vida fosse melhor. Algumas delas são pessoas que doaram parte de suas vidas para nos amparar nos momentos mais adversos de nossas vidas, são pessoas extraordinárias, que nos amam. Pessoas dedicadas, leais, amorosas, espiritualizadas, bondosas, que não encontraram obstáculos para nos atender quando as chamamos. Mas não comungam a mesma religião, crença ou credo que nós.  

 

Mesmo neste contexto percebemos a “sutil” discriminação religiosa de grande parte de seguidores religiosos, por acharem que estão no “único caminho certo” para a “salvação espiritual”. Sendo que, para mim, existem vários, que se direcionam para um único ponto - Deus Criador de todo o Universo.

 

 E nesse ambiente vão perdendo companhias maravilhosas, abraços aconchegantes, trocas de opiniões enriquecedoras, palavras encorajadoras, confiança, admiração. E o amor vai sendo substituído por desconfiança e rejeição. Vão perdendo aos poucos “uma parte divina” de seus parentes, amigos, conhecidos, vizinhos, de pessoas que poderiam enriquecer ainda mais suas vidas e alma de muitas formas. Mas, simplesmente por seguir outra crença ou mesmo buscar, trilhar e pesquisar outras fontes de conhecimento que os levem à busca da espiritualidade de forma diversa, muito seguidores religiosos, ainda assim, com sua “fé primitiva” termina por trilhar o caminho de rejeição e discriminação de pessoas que fizeram ou ainda fazem parte de sua historia. Não é esse o ensinamento de nenhuma religião. 

 

Dizem os espiritualistas que os criadores das Grandes Religiões do Mundo vivem no Mundo Espiritual Elevado – no Céu – de mãos dadas orando para que seus seguidores se harmonizem uns com os outros. Essa afirmação nos mostra o amor e a dedicação, e  que esses espíritos elevados nos ensinam até hoje sobre o Amor.