"Todo mundo é único. Não se compare a qualquer pessoa, para não estragar os desígnios de Deus."
Baal Shem Tov

Não é incomum esse
sentimento entres as pessoas – sejam elas colegas de trabalho, de escola, da
faculdade, vizinhos, amigos e principalmente entre os familiares – irmãos,
primos, netos, tios, sobrinhos, noras, genros, sogros, sogras até mesmo entre
pais e filhos, mesmo que de forma bem sutil.
Acredito que todos nós
já tivemos esses sentimentos. Quantas vezes nos pegamos sentindo essa “inveja”
seja ela com menor ou maior intensidade. E também quantas vezes somos vítimas
de outras pessoas com tais sentimentos em relação a nossa vida.
Imagino que quando se
demonstram tal sentimento, “a inveja”, na verdade estão acreditando que
realmente a outra pessoa tem uma vida melhor.
De onde vem esse
sentimento? Na minha visão somos educados para viver em um ambiente de
competição e comparação das conquistas.
Quando criança, a nossa aparência física, a nossa capacidade de
aprendizado e a nossa inteligência são comparadas com a dos nossos irmãos,
primos, filhos dos colegas dos nossos pais, filhos dos vizinhos e etc.
E continuamos a fazer
essas comparações conscientemente ou inconscientemente na adolescência e
seguimos na vida adulta comparando com
todas as pessoas que conhecemos e convivemos em diversos ambientes de
relacionamentos de nossa vida.
Isso por que
fomos treinados desde a infância ter esse comportamento.
Passamos a observar que
pessoas ou membros de nossa família que viveram nas mesmas condições, no
passado, que as nossas, seguiram rumos diferentes em suas vidas. Ou que aquela
pessoa ou família sempre pareceu ter mais sorte que a nossa.
Imagino que é aí que
aparece um sentimento de injustiça na mente das pessoas.
Mas, para mim, não
existe injustiça. O que as pessoas têm é o que merecem - coisas boas ou ruins –
sejam nos relacionamentos, saúde, bens materiais, conquistas profissionais -
nossas ou de nossos descendentes. Tudo por merecimento. Ninguém tem nada que
não mereça. Nada por acaso. O Universo, a Natureza, Deus é sempre perfeito e
justo.
Por que então essas
diferenças nas vidas das pessoas e de suas famílias?
Acredito que, além da
nossa formação no seio da família, quando nascemos recebemos de nossos
antepassados grande carga de informações nos nossos DNA’s que vão contribuir
para a formação de nossa personalidade, caráter, crenças e como conseqüência
formar o nosso “destino” seja para uma vida de realizações ou uma vida com
grandes dificuldades.
São informações
relacionadas às crenças religiosas, econômicas, financeiras, moral, de caráter,
costumes regionais, limitações, carências, abandonos, sentimentos de disputas,
poder e etc.
Como vamos trabalhar e
tratar essas informações cabe a cada um de nós, através da nossa capacidade de
perceber e selecionar o que realmente pode contribuir para uma vida melhor
nossa e de nossos descendentes.
Segundo os estudos das
Constelações Familiares - criado pelo filósofo Bert
Hellinger – temos a tendência
de recriar os mesmos sistemas de pensamentos, atitudes e crenças de nossos
ancestrais.
Obviamente, nossos
antepassados viveram em épocas distintas a nossa, onde suas crenças e
conhecimentos eram adequados às referidas épocas em que viveram. Assim como o
que estamos vivemos neste momento, para nossos descendentes muitos destes
conhecimentos e crenças não terão mais sentido.
Se recriarmos os
sistemas de crença dos nossos ancestrais de pensamentos negativos, carências,
críticas, lamentações, pessimismos e julgamentos de pessoas e da vida
certamente teremos uma vida com resultados nebulosos e sombrios.
Muitos descendentes com
respeito, sabedoria e amor souberam selecionar, rejeitar e trabalhar sistemas
de crenças recebidos de seus ancestrais em seus DNA’s que pudessem criar
obstáculos para seguirem em frente. Visaram uma vida mais iluminada para si e para seus
descendentes. Formaram famílias maravilhosas, equilibradas, amorosas e
espiritualizadas utilizando o amor que receberam.
Nosso dever é dar
continuidade ao aprimoramento e seguir a vida iniciada por aqueles que no
passado fizeram o melhor que podiam. Utilizando as crenças positivas e
iluminadoras que recebemos e descartando as crenças que na atualidade não fazem
mais sentido, por estarem obsoletas para o estagio em que se encontra a
evolução da humanidade.
Para isso, a busca do
autoconhecimento, da evolução espiritual, moral, intelectual, da liberdade para pensar, agir, sonhar e de ser,
pode nos livrar de sentimentos de carências, rejeição, vítimas e injustiça e
nos levar para uma vida de compreensão, sabedoria, amor e a aceitar as pessoas,
a vida e o mundo como realmente são. Sermos livres.