sexta-feira, 19 de outubro de 2012

A MÃE E A CONEXÃO DOS FILHOS COM PAI!



Grande parte dos textos postados aqui no blog é sobre o papel dos pais e as conseqüências na vida dos filhos. 

Mas no texto de hoje quero comentar sobre os filhos que tem comportamentos e atitudes inconseqüentes e de onde vem esse comportamento.

Esse assunto vem atender pedidos de alguns filhos, leitores do Blog SOMOS TODOS APRENDIZES, por entenderem que existem filhos injustos e ingratos com seus pais, mesmo estes genitores fazendo o melhor.

Numa conversa com um pai sobre os textos postados aqui no blog, ele lamentou sobre a conduta do filho. Disse-me: “Meu filho não me respeita e também em muitas circunstâncias não respeita outras pessoas. E mãe sempre está defendendo-o e fazendo tudo o que ele quer, do jeito dele”.

A situação descrita por esse pai não é exclusiva. "Observamos" em todas as gerações a existência de alguns jovens com comportamentos inconseqüentes, arrogantes, sem discernimento e mal educados.  Isso constitui falta de ética, de educação, de respeito e de espiritualidade. A causa dessa formação vem de dentro da família.

Jovens adultos com comportamento desrespeitosos com os próprios pais, agressivos no transito, mal educados com vizinhos, que ligam som alto não se importando com direito de terceiros, estacionam seus carros em qualquer lugar atrapalhando e dificultando o transito dos demais, quando convidados em um evento social levam consigo convidados seus sem consultar o anfitrião, entre outros exemplos. Esses comportamentos e atitudes podemos atribuir a pessoas inconseqüentes, sem discernimento, egoístas e arrogantes.

Por que então muitos outros jovens são pessoas equilibradas, educadas, suaves, tranqüilas, carismáticas e bem recebidas sempre aonde vão, diferente dos mencionados no parágrafo anterior?

Imagino que tudo começa nas atitudes dos pais, precisamente na relação com a mãe. Para os terapeutas, grande parte das pessoas tem uma ligação com a mãe que está perturbada. A mãe tem uma missão grandiosa e importantíssima na vida dos filhos que é fazer a conexão dos filhos com o pai. Somente a mãe tem esse poder, ninguém mais pode criar essa conexão do filho com o pai.

Como a mãe faz essa conexão? No livro “Um lugar para os Excluídos” o autor Bert Hellinger ensina: “A mãe ama no filho o pai. Demonstrando ao filho que ela se alegra se o filho se tornar igual ao pai, o filho sente: Ela se alegra se eu me aproximo do meu pai. 
Isso abre caminho para o filho, e ele ganha uma força especial. Antes de tudo, ama a sua mãe muito mais do que antes”.

Existem, neste caso, dois tipos de mãe: O primeiro é aquela que prioriza a vida dos filhos em detrimento a vida do casal. Para esse tipo de mãe as escolhas, as vontades e exigências dos filhos têm precedência em relação à vida dos pais. Na conduta dessa mãe a hierarquia da família está em desordem, invertida. Os filhos são colocados no topo da estrutura da família. Os pais ficam “subordinados” as ordens e exigências dos filhos.

Filhos formados nesse ambiente geralmente crescem arrogantes, exigentes, inconseqüentes, egoístas, manipuladores, controladores, exigem sempre mais, sentem-se maiores e com mais poderes que o pai e desrespeitam a mãe. São na maioria das vezes pessoas inseguras, fracas, indecisas e pior ainda, prejudiciais a sociedade.

Em muitos casos de desarmonia conjugal e separações de casais a família se encontra no formato desse tipo de estrutura: desordem e inversão da hierarquia. 

O segundo tipo de mãe é aquela que tem definido em sua alma e coração a estrutura familiar de acordo com as leis naturais.  Onde o casal tem precedência e prioridade e logo após vem os filhos. Os pais são colocados por essa sábia mãe no topo da hierarquia familiar. A mãe não está a serviço exclusivo dos filhos, não pará tudo e vai atender as vontades e exigências deles deixando em segundo plano a si e o pai.

Filhos que crescem neste cenário aprendem os limites estabelecidos dentro da família e na sociedade, são humildes, seguros, suaves, tranqüilos, tem gratidão a suas origens, vivem em gratidão com a vida e o mundo, respeitam as “autoridades”, vivem em paz consigo e com a vida.

A mãe tem a energia da criação. O pai a energia que representa transformação e força. Ele no papel de genitor estabelece limites, delineia as diretrizes da educação, forma o caráter e outros atributos necessários aos filhos para seguir com a vida mais leve. Já a mãe é responsável por incutir e interiorizar essas diretrizes na mente e na alma dos filhos.

Filhos sem essa conexão crescem faltando uma parte de si – a parte que vem da energia masculina, uma influencia positiva e equilibrada com a da energia da mãe.

As conseqüências na vida dos jovens adultos sem o papel da mãe de conectar seus filhos à energia do pai são pessoas sem objetivos claros na vida, começam projetos e sonhos e não terminam nenhum, os relacionamentos são de má qualidade, sem coragem para enfrentar os desafios da vida, querem sempre receber mais e mais da mãe. As meninas têm dificuldade em dizer não nos relacionamentos prejudiciais a sua vida, nunca se sentem preenchidos com que recebem dos pais e da vida. Sempre estão sentindo vazio no coração e na alma.

Essa conexão feita pela mãe ao pai é a chave de tudo. A partir daí o modelo dessa relação vai para os outros relacionamentos da vida, de forma mais tranqüila, mais leve, harmoniosa, respeitosa e mais espiritualizada.


Nota: Pai e mãe que me refiro aqui não somente os biológicos, mas qualquer pessoa responsável pela formação- como avô, tio, padrasto, avó, tia e outras.

2 comentários:

  1. Sempre observo que quanto mais a mulher abre mão do seu domínio, entrega o seu poder, passa a bola, se coloca um passo atrás, enfim... Parece-me que o grande "poder feminino" é aumentado, reconhecido e valorizado justamente na atitude de, com as próprias mãos, repassar... transferir... Na família é a mãe quem Aponta o pai para que o filho o veja. Se a mãe não "mostrar" o pai, este se torna uma figura patética e o filho, ao crescer, perde o respeito pela mãe. Vê se pode um trem desse!!!
    São os mistérios da escola que todos estamos, querendo ou não. Afinal nascemos nela: Família.

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  2. O comentário postado no Blog: SOMOS TODOS APRENDIZES texto: A MÃE E A CONEXÃO DOS FILHOS COM PAI por Eliana Miranda Ribeiro. São sábias as palavras da leitora.

    Eu tive a benção e a oportunidade de exercer o meu papel de pai na sua plenitude. A partir dos sete anos de idade de nossos filhos minha esposa foi passando todas as decisões para mim sobre a vida deles. Aprendi ser mais dócil, paciente, compreensível, amoroso e outros sentimentos mais nobres que cada um deles me fez descobrir. Foi importante para cada um de nós, principalmente pelo respeito e amor pela mãe e eu pelo minha esposa. Acredito que eles ganharam muito. Um "Guardião" a disposição deles sempre que precise. Uma grande benção! Minha esposa foi uma mãe e uma mulher grandiosa. Sentimos orgulho dela!

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