
Mas no texto de hoje quero comentar sobre os filhos que tem
comportamentos e atitudes inconseqüentes e de onde vem esse comportamento.
Esse assunto vem
atender pedidos de alguns filhos, leitores do Blog SOMOS TODOS APRENDIZES, por
entenderem que existem filhos injustos e ingratos com seus pais, mesmo estes
genitores fazendo o melhor.
Numa conversa com um
pai sobre os textos postados aqui no blog, ele lamentou sobre a conduta do
filho. Disse-me: “Meu filho não me respeita e também em muitas circunstâncias
não respeita outras pessoas. E mãe sempre está defendendo-o e fazendo tudo o
que ele quer, do jeito dele”.
A situação descrita por
esse pai não é exclusiva. "Observamos" em todas as gerações a existência de
alguns jovens com comportamentos inconseqüentes, arrogantes, sem discernimento
e mal educados. Isso constitui falta de
ética, de educação, de respeito e de espiritualidade. A causa dessa formação
vem de dentro da família.
Jovens adultos com
comportamento desrespeitosos com os próprios pais, agressivos no transito, mal
educados com vizinhos, que ligam som alto não se importando com direito de
terceiros, estacionam seus carros em qualquer lugar atrapalhando e dificultando
o transito dos demais, quando convidados em um evento social levam consigo
convidados seus sem consultar o anfitrião, entre outros exemplos. Esses
comportamentos e atitudes podemos atribuir a pessoas inconseqüentes, sem
discernimento, egoístas e arrogantes.
Por que então muitos
outros jovens são pessoas equilibradas, educadas, suaves, tranqüilas,
carismáticas e bem recebidas sempre aonde vão, diferente dos mencionados no parágrafo
anterior?
Imagino que tudo começa
nas atitudes dos pais, precisamente na relação com a mãe. Para os
terapeutas, grande parte das pessoas tem uma ligação com a mãe que está perturbada.
A mãe tem uma missão grandiosa e importantíssima na vida dos filhos que é fazer
a conexão dos filhos com o pai. Somente a mãe tem esse poder, ninguém mais pode
criar essa conexão do filho com o pai.
Como a mãe faz essa
conexão? No livro “Um lugar para os Excluídos” o autor Bert Hellinger ensina: “A
mãe ama no filho o pai. Demonstrando ao filho que ela se alegra se o filho se
tornar igual ao pai, o filho sente: Ela se alegra se eu me aproximo do meu pai.
Isso abre caminho para o filho, e ele ganha uma força especial. Antes de tudo,
ama a sua mãe muito mais do que antes”.
Existem, neste caso,
dois tipos de mãe: O primeiro é aquela que prioriza a vida dos filhos em
detrimento a vida do casal. Para esse tipo de mãe as escolhas, as vontades e
exigências dos filhos têm precedência em relação à vida dos pais. Na conduta
dessa mãe a hierarquia da família está em desordem, invertida. Os filhos são
colocados no topo da estrutura da família. Os pais ficam “subordinados” as
ordens e exigências dos filhos.
Filhos formados nesse
ambiente geralmente crescem arrogantes, exigentes, inconseqüentes, egoístas, manipuladores,
controladores, exigem sempre mais, sentem-se maiores e com mais poderes que o
pai e desrespeitam a mãe. São na maioria das vezes pessoas inseguras, fracas,
indecisas e pior ainda, prejudiciais a sociedade.
Em muitos casos de
desarmonia conjugal e separações de casais a família se encontra no formato
desse tipo de estrutura: desordem e inversão da hierarquia.
Filhos que crescem
neste cenário aprendem os limites estabelecidos dentro da família e na
sociedade, são humildes, seguros, suaves, tranqüilos, tem gratidão a suas
origens, vivem em gratidão com a vida e o mundo, respeitam as “autoridades”,
vivem em paz consigo e com a vida.
A mãe tem a energia da
criação. O pai a energia que representa transformação e força. Ele no papel de
genitor estabelece limites, delineia as diretrizes da educação, forma o caráter
e outros atributos necessários aos filhos para seguir com a vida mais leve. Já
a mãe é responsável por incutir e interiorizar essas diretrizes na mente e na
alma dos filhos.
Filhos sem essa conexão
crescem faltando uma parte de si – a parte que vem da energia masculina, uma
influencia positiva e equilibrada com a da energia da mãe.
As conseqüências na
vida dos jovens adultos sem o papel da mãe de conectar seus filhos à energia do
pai são pessoas sem objetivos claros na vida, começam projetos e sonhos e não terminam
nenhum, os relacionamentos são de má qualidade, sem coragem para enfrentar os
desafios da vida, querem sempre receber mais e mais da mãe. As meninas têm
dificuldade em dizer não nos relacionamentos prejudiciais a sua vida, nunca se
sentem preenchidos com que recebem dos pais e da vida. Sempre estão sentindo vazio
no coração e na alma.
Essa conexão feita pela
mãe ao pai é a chave de tudo. A partir daí o modelo dessa relação vai para os outros
relacionamentos da vida, de forma mais tranqüila, mais leve, harmoniosa,
respeitosa e mais espiritualizada.
Nota: Pai e mãe que me
refiro aqui não somente os biológicos, mas qualquer pessoa responsável pela
formação- como avô, tio, padrasto, avó, tia e outras.
Sempre observo que quanto mais a mulher abre mão do seu domínio, entrega o seu poder, passa a bola, se coloca um passo atrás, enfim... Parece-me que o grande "poder feminino" é aumentado, reconhecido e valorizado justamente na atitude de, com as próprias mãos, repassar... transferir... Na família é a mãe quem Aponta o pai para que o filho o veja. Se a mãe não "mostrar" o pai, este se torna uma figura patética e o filho, ao crescer, perde o respeito pela mãe. Vê se pode um trem desse!!!
ResponderExcluirSão os mistérios da escola que todos estamos, querendo ou não. Afinal nascemos nela: Família.
O comentário postado no Blog: SOMOS TODOS APRENDIZES texto: A MÃE E A CONEXÃO DOS FILHOS COM PAI por Eliana Miranda Ribeiro. São sábias as palavras da leitora.
ResponderExcluirEu tive a benção e a oportunidade de exercer o meu papel de pai na sua plenitude. A partir dos sete anos de idade de nossos filhos minha esposa foi passando todas as decisões para mim sobre a vida deles. Aprendi ser mais dócil, paciente, compreensível, amoroso e outros sentimentos mais nobres que cada um deles me fez descobrir. Foi importante para cada um de nós, principalmente pelo respeito e amor pela mãe e eu pelo minha esposa. Acredito que eles ganharam muito. Um "Guardião" a disposição deles sempre que precise. Uma grande benção! Minha esposa foi uma mãe e uma mulher grandiosa. Sentimos orgulho dela!